Na totalidade da população portuguesa cerca de 19,4% não consegue manter a casa aquecida. Apesar do número ter descido nos últimos quatro anos, não deixa de ser preocupante.
Os dados são do gabinete de estatísticas de Bruxelas, o Eurostat, e foram divulgados esta semana, avança a TSF.
Dos grupos económicos destacam-se as famílias mais pobres, mas também os idosos e as mulheres que vivem sozinhas.
O problema que afecta parte da população portuguesa não é exclusiva da população empobrecida, sendo que 15,8% das pessoas que estão acima do limiar de risco de pobreza admitem a dificuldade em manter a casa aquecida, passando para 37% entre famílias consideradas pobres.
O fim da crise económica e o alargamento da tarifa social de electricidade em 2016 foram dois factores que contribuíram para a redução deste número, sendo que apesar disso Portugal continua a estar entre os cinco países da União Europeia em que uma maior fatia da população se encontra nesta situação, apenas atrás da Bulgária, Lituânia, Grécia e Chipre.
Para além das famílias mais pobres, destaque para os portugueses com mais de 65 anos que vivem sozinhos e que apresentam uma percentagem (32,1%) muito acima do resto da população, mesmo quando se compara com casas onde existem filhos.
A incapacidade de aquecer a casa dispara para 47,5% entre os idosos que vivem sozinhos e com rendimentos abaixo do limiar de pobreza, no segundo valor mais elevado da União Europeia, apenas atrás da Bulgária que regista 61,8%.
As mulheres que vivem sozinhas em Portugal também têm muito mais limitações no aquecimento da casa, cerca de 31,5%, do que os homens sozinhos (22,2%).
Tal como nos idosos, a percentagem dispara para 51% se olharmos apenas para as mulheres que vivem sozinhas e estão, pelos baixos rendimentos, em risco de pobreza.