«Esta uma pequena criatura, de pele brilhante e escamosa, que vagueia pelos desertos da América do Norte com passos lentos serviu para promover uma revolução farmacológica», começa por referir a BBC .
Heloderma suspectum é o seu nome cientifico, mas é conhecido o como monstro-de-gila.
«Embora a sua mordidela venenosa possa causar sérias complicações ao ser humano, este pequeno animal um tanto desajeitado está por detrás de uma das descobertas médicas que mais prometem salvar vidas no futuro».
Os cientistas descobriram no seu veneno uma enzima que os inspiraria a desenvolver medicamentos que aumentam a atividade do recetor GLP-1,e que hoje são vendidos nas farmácias com os nomes Ozempic, Wegovy e Mounjaro.
«As toxinas evoluem para desempenhar funções muito específicas, como defender-se contra os predadores ou incapacitar as suas presas», explica à BBC News Mundo, o professor Kini.
No caso do monstro-de-gila — uma das duas espécies de lagartos venenosos nativos da América do Norte — o seu veneno evoluiu para imobilizar pequenas presas, devido à sua falta de agilidade.
O que os cientistas descobriram é que, além de ter um efeito sobre a presa, uma hormona presente no veneno do monstro-de-gila parecia ajudar o metabolismo deste lagarto a desacelerar a tal ponto, que ele é capaz de sobreviver até um ano com apenas seis refeições, de acordo com a Universidade de Queensland, na Austrália.