O estudo, publicado na BMJ Mental Health, revela que a capacidade de lidar, assim como de se adaptar, a circunstâncias e acontecimentos difíceis da vida, numa idade mais avançada, está associada a um menor risco de morte precoce.
Na investigação, foram levados em linha de conta os dados recolhidos num estudo iniciado em 1992 e que inclui informações sobre o estado económico, de saúde, conjugal e familiar dos participantes. Todos foram acompanhados de dois em dois anos até à morte ou até ao final de maio de 2021.
Decidiram avaliar a resiliência mental através de uma escala que engloba qualidades como a perseverança, a calma, o sentido de objetivo, a autoconfiança e o reconhecimento de que certas experiências têm de ser enfrentadas sozinhas. Concluíram que a pontuação média de toda a amostra foi de 9,18 (de 0 a 12).
Dividiram as pontuações de resiliência em quartis (25%) e associadas a probabilidades de sobrevivência a 10 anos. Concluíram assim que “eram de 61% para os que se encontravam no quartil inferior (1)”, mas aumentava para 72% e 79% nos quartis intermédios (2 e 3) e 84% para os que se encontravam no quartil superior (4)”.
Também concluíram que as pessoas com mais pontuação tinham uma probabilidade 53% menor de morrer nos 10 anos seguintes do que as do quartil mais baixo.
Esta associação manteve-se estatisticamente significativa após terem sido analisados fatores como o estado civil, sexo, raça e peso, mas diminuiu para 46% após a inclusão de problemas de saúde (diabetes, cancro e doenças cardiovasculares) e para 38% após a inclusão de um estilo de vida pouco saudável.