A principal causa da chuva intensa é o fenómeno meteorológico conhecido como “gota fria”. Também é por vezes chamado de “DANA”, o acrónimo de “Depressão Isolada de Altos Níveis”, ou depressão isolada a grandes altitudes.
A DANA acontece quando o ar frio desce sobre as águas quentes do Mar Mediterrâneo, o que provoca instabilidade atmosférica, fazendo com que o ar quente e húmido à superfície do mar suba rapidamente, levando à formação de nuvens densas e altas numa questão de horas. Estas nuvens despejam então fortes chuvas em algumas regiões de Espanha.
A ocorrência deste fenómeno meteorológico está relacionada com a corrente de jato polar. Trata-se de uma corrente de vento rápida nos níveis elevados da troposfera (a camada mais baixa da atmosfera terrestre) que circula de oeste para leste e separa o ar frio polar do ar quente tropical.
Muitas vezes, uma bolsa de ar frio separa-se da corrente de jato polar e colide com o ar mais quente sobre o Mar Mediterrâneo, o que dá origem à DANA.
Os especialistas sugerem que as gotas de frio se tornaram mais frequentes e intensas nos últimos anos. Além disso, o fenómeno também se espalhou mais geograficamente.
Esta situação deve-se em parte ao aumento das temperaturas globais – o ar mais quente consegue reter mais humidade, o que, por sua vez, resulta em chuvas mais intensas. O aumento da temperatura da superfície do mar Mediterrâneo também agravou a situação. Em agosto, o mar atingiu a temperatura mais elevada de sempre.
Entretanto no caso de Portugal os efeitos da DANA serão menos intensos.
De facto, para já e segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera temos apenas doze distritos sob aviso amarelo. No entanto em algumas regiões as coisas podem mudar e chegarem aguaceiros fortes com trovoadas.
Assim o alerta amarelo pode passar em Portugal a alerta laranja no caso de se justificar.