Em Sintra, o espírito natalício já está a tomar conta dos parques e monumentos, onde a tradição ainda é o que era. Na Quintinha de Monserrate, faz-se bolo-rei e preparam-se as decorações da época; enquanto no Palácio Nacional da Pena a reconstituição histórica da árvore de Natal de D. Fernando II, o rei que introduziu este costume em Portugal, permite recuar ao século XIX.
Para que nada falte na noite da consoada, há que organizar todos os detalhes com antecedência. Na Quintinha de Monserrate, a atividade “A Quintinha prepara o Natal”, agendada para 7 e 21 dezembro, às 10h30, envolve toda a família nos preparativos para a grande festa.
Recebidos por personagens que são típicos saloios de Sintra, os participantes são convidados não apenas a participar nos afazeres quotidianos da quinta, mas também nas tarefas tradicionais desta quadra festiva, como a confeção do bolo-rei. Enquanto o bolo coze, serão desafiados a criar uma peça de decoração natalícia com elementos da natureza para levar para casa e, como não podia deixar de ser, irão visitar os animais da quinta.
Os bilhetes para este programa com a duração de duas horas vendem-se exclusivamente no site da Parque de Sintra. Custam 14€ para adultos e 12,5€ para crianças dos 3 aos 12 anos. Até aos 3 anos, a participação é gratuita.
Atualmente, não há Natal sem a tradicional árvore decorada, mas nem sempre foi assim. Em Portugal, este costume começou no século XIX por iniciativa de D. Fernando II, rei-consorte de D. Maria II, que também ordenou a construção do Palácio da Pena. Entre 29 de dezembro e 6 de janeiro, Dia de Reis, no Salão Nobre deste Palácio, é possível ver a reconstituição histórica da Árvore de Natal de D. Fernando II, que resulta de um aprofundado estudo levado a cabo pela equipa da Parques de Sintra e que desde 2019 marca esta época.
No século XIX, a Família Real celebrava o Natal no Palácio da Necessidades, em torno de uma árvore decorada, proveniente do Parque da Pena, a que D. Fernando II chamava “o pinheiro da Pena”. De acordo com uma gravura do próprio monarca, era um pequeno pinheiro, adornado com enfeites muito simples. A árvore era montada no dia 24 de dezembro e decorada na noite da consoada com pequenas figuras e frutas, como maçãs, peras e romãs.
A reconstituição histórica da Árvore de Natal de D. Fernando II permite, assim, conhecer as origens desta tradição no nosso país e fazer uma viagem ao passado. Para vê-la, basta adquirir bilhete para a visita ao Parque e Palácio Nacional da Pena ou aproveitar a gratuitidade para residentes em território nacional aos domingos e feriados. Tal como os restantes parques e monumentos geridos pela Parques de Sintra, está aberto todos os dias, excetuando 24 e 25 de dezembro; a tarde de 31 de dezembro (a partir das 13h00); e 1 de janeiro.