«Maria Hermínia, Maria Arminda ou bruxa do Pego. Mulher de vários nomes era conhecida em todo o Ribatejo por olhar para alguém e ficar a saber o que lhe ia acontecer. Mãe de 10 filhos nunca soube ler nem escrever e dizia que a sua missão de vida era ajudar quem precisava», refere O Mirante.
«Maria Hermínia Lopes Correia, conhecida por bruxa do Pego no Ribatejo e além-fronteiras, morreu na madrugada desta terça-feira, 12 de Novembro, aos 88 anos. Mãe de uma dezena de filhos e avó de muitos netos e bisnetos, Maria Arminda – o nome pelo qual era tratada, já que Hermínia foi erro de registo – tinha fama de ler o passado e adivinhar o futuro de quem a procurava», avança a noticia que dá conta do seu desaparecimento.
«À entrada do Pego, concelho de Abrantes, onde morava, a mulher do campo, de sobrancelhas grossas, olhos pequenos e escuros, teve as portas de sua casa abertas praticamente até à sua morte», é dito, «recebia todos, independentemente do seu estatuto social. “Vêm cá todos. Os doutores e advogados na rua não me conhecem, mas aqui conhecem-me todos»”, disse numa entrevista a O MIRANTE.
«No seu consultório não havia bolas de cristal, cartas ou mesmo vísceras de animais. Bastava-lhe olhar para as pessoas, ou para fotografias que lhe levavam para ficar a saber o que lhes ia acontecer. Depois fazia as suas rezas e desenhava num papel arabescos que só ela entendia. Não sabia ler nem escrever e não se importava que lhe chamassem bruxa», pode ainda ler-se.
«Sou analfabeta, não sei ler, mas tenho os meus guias”, disse na mesma entrevista, salientando que a sua missão de vida era “ajudar as pessoas”».
«Casou pela primeira vez aos 15 anos, viveu depois com um militar e mais tarde sozinha. Mulher simples e sem ganância assegurava que o pagamento das consultas ficava com a consciência de cada um. Não exigia, aceitava o que lhe deixavam», conclui O Mirante .