Há certas consequências da separação de um casal que são inevitáveis e o período em que os filhos se encontram de férias é uma delas. Uma época em que, tanto o pai, como a mãe, querem aproveitar da melhor forma o tempo que têm com os mais novos e onde os conflitos podem começar a aparecer. A psicóloga Catarina Lucas dá alguns conselhos para que estes pais saibam como gerir da melhor forma esta altura do ano.
Ser filho de pais separados é andar sempre de mochila às costas ao longo do ano e durante o período das férias escolares não é diferente, uma vez que têm de ser passadas com ambas as figuras parentais. As tão desejadas férias de verão podem, no entanto, implicar algum stress para estas famílias, quando o acordo de quem fica com quem e durante quanto tempo não é bem definido.
Nestes casos, “o tempo de convivência deve ser ponderado por ambas as partes e de forma que o bem-estar e interesse das crianças sejam tidos em conta”, aconselha a psicóloga Catarina Lucas. “Será sempre preciso equacionar contratempos e relevar mudanças que antes não faziam parte”, garante.
De modo a evitar a instabilidade que poderá atingir os filhos quanto a passar férias em duas casas diferentes e com ambos os lados da família, a psicóloga Catarina Lucas deixa algumas dicas:
Comunicar com regularidade
A comunicação após um processo de divórcio ou de uma separação é algo complicado para o casal que pretende agora seguir vidas separadas. Mas tendo filhos, é muito importante uma comunicação eficaz entre ambas as partes com bastante regularidade e onde paire a sensatez. Mesmo que a lei não defina uma regra clara quanto a este tipo de situações, o ideal será sempre que haja diálogo e equilíbrio entre o pai e a mãe separados.
Negociar de forma pacífica e clara
Se um dos progenitores decidir marcar férias para um determinado período, é fundamental que avise antecipadamente o outro, de modo que ambos possam planear e redefinir os planos da melhor forma e sem trazer um mal-estar desnecessário. Caso desejem e prefiram marcar férias na mesma altura do ano, talvez optarem por alternar anualmente entre o pai e a mãe seja a melhor opção. Deste modo, ambos têm de ceder, mas saem todos a ganhar.
Gerir com flexibilidade e bom senso
A prioridade deverá ser evitar turbulências desnecessárias durante esta época do ano. Assim, as distribuições dos períodos de férias dos filhos deverão ser decididas em conjunto e caso a caso. É essencial que os pais estejam alinhados quanto a este plano, de modo que seja possível gerir o tempo de férias em família da melhor maneira e por parte de ambos os lados das figuras parentais, não descurando as vontades e necessidades dos mais novos. Ao estar em sintonia, tanto com a mãe, como com o pai, as crianças sentir-se-ão mais contentes durante as férias de verão.
A psicóloga Catarina Lucas alerta que, para os filhos, é extremamente complicado estar no foco do desentendimento entre os pais e aconselha a que estes encontrem formas equilibradas de viver com a questão das férias de modo que os filhos não sejam afetados.
“Eles conseguem adaptar-se a rotinas e educações diferentes de ambos os lados, mas a chave para não sofrerem é apenas o bom entendimento entre as figuras parentais”, conclui.