Apesar de ter aprovado, no ano passado, um funeral simplificado, o Vaticano seguirá um conjunto de tradições refinadas ao longo dos séculos, algumas das quais remontam à Roma Antiga.
A morte do Papa desencadeará imediatamente uma série de eventos cuidadosamente coreografados, que culminarão com a escolha de um novo líder para a Igreja Católica. Este processo inclui um período de luto, um funeral de grande dimensão e um conclave altamente secreto onde cardeais progressistas e conservadores disputarão a direção da instituição que conta com cerca de mil milhões de fiéis em todo o mundo.
A confirmação da morte e os primeiros rituais
A responsabilidade de confirmar oficialmente a morte do Papa cabe tradicionalmente ao camerlengo, um alto responsável do Vaticano. Atualmente, essa função é desempenhada pelo cardeal irlandês Kevin Farrell.
Embora a tradição mande que o camerlengo visite o corpo do Papa na sua capela privada e chame o seu nome para tentar despertá-lo, este gesto é hoje meramente simbólico, dado que os médicos já terão confirmado o óbito por meios científicos. Um mito frequentemente repetido sugere que o camerlengo bate suavemente na cabeça do Papa com um martelo de prata para verificar se ele responde, mas o Vaticano há muito que nega esta prática.
Assim que o falecimento for confirmado, o anel do pescador — o anel-sinetário usado pelo Papa para autenticar documentos oficiais — será riscado ou destruído, marcando simbolicamente o fim do seu pontificado. Além disso, os aposentos papais serão selados.