A Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) lançou uma plataforma online que tem por objetivo alertar a população para a importância do diagnóstico de doenças reumáticas. Centrando-se no joelho e nas articulações, o site, disponível em ojoelhodoi.pt, disponibiliza informação útil para prevenir e aliviar os sintomas, bem como um questionário para detetar eventuais fatores de risco.
A plataforma pretende disponibilizar ainda a rubrica “Pergunte ao Médico”, desenvolvida em parceria com médicos especialistas, a quem será possível colocar dúvidas relacionadas com a dor no joelho, embora esta plataforma não substitua a necessidade de consulta médica. Na área “Viver com Dor no Joelho” são disponibilizados conteúdos relevantes relacionados com o tema, como dicas de prevenção, estudos e artigos de quem sofre de dor no joelho.
Segundo Elsa Frazão Mateus, Presidente da LPCDR, esta plataforma foi lançada para «sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce na dor do joelho e incentivar a visita ao médico, para um acompanhamento correto que ajude a controlar o impacto do problema na vida dos indivíduos».
«Em Portugal, metade da população sofre pelo menos de uma doença reumática, mas três em cada dez pessoas não o sabe. A maioria destas pessoas não associa as dores crónicas em articulações, músculos ou ossos a este tipo de problema. A outra parte simplesmente ignora os sintomas e vai adiando a visita ao médico», acrescenta.
Ao explicar a importância do diagnóstico precoce e reforçar as consequências associadas às doenças reumáticas – limitação e incapacidade físicas, reforma antecipada e perda da qualidade de vida, a LPCDR espera «contribuir para que haja mais informação e uma intervenção atempada que diminua o impacto que estes problemas têm na vida dos portugueses e na carga global da doença»
Há mais de cem doenças reumáticas
A plataforma centra-se na dor do joelho porque, explica Elsa Frazão Mateus, este «é um problema muito comum e o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. Um pequeno desconforto pode, rapidamente, tornar-se num problema mais grave e, em alguns casos, até incapacitante. O facto de a causa ser identificada logo no início – e com o tratamento adequado – ajuda a controlar o impacto da doença na qualidade de vida do doente».
Apesar disso, o joelho é apenas uma parte do problema. Segundo Helena Canhão, Vice-Presidente da LPCDR, «existem mais de cem doenças reumáticas e é preciso chamar cada uma pelo seu nome. Muitas doenças manifestam-se de modo igual, mas têm um tratamento diferente, pelo que a importância de um diagnóstico correto é fulcral para identificar o tratamento adequado».
Nesta multiplicidade de patologias, existem algumas associadas à idade e ao sexo, como é o caso da osteoporose que afeta, na maioria dos casos, mulheres depois da menopausa. Mas «a ideia recorrente de que as doenças reumáticas só ocorrem em idades mais avançadas está errada. Estas patologias não olham à idade», afirma Helena Canhão.
Relativamente aos sinais a que devemos todos estar atentos e que podem ser indícios de uma doença reumática, a Vice-presidente da LPCDR enumera «dores ao subir escadas, nas mãos enquanto movemos o rato, dificuldade em movimentar os ombros ou em chegar a um móvel mais alto da cozinha são sinais do dia-a-dia que merecem atenção. Qualquer dificuldade em executar movimentos pode ser algo transitório ou uma patologia crónica».
Helena Canhão refere ainda que no que diz respeito à prevenção, as recomendações são as mais comuns, associadas a um estilo de vida saudável: «alimentação equilibrada, manter um peso saudável para não sobrecarregar as articulações e evitar o álcool e o tabaco. O exercício físico ao longo da vida é muito importante, desde que não seja exagerado. A natação é um bom exercício, bem como a caminhada e a bicicleta. O mais importante na questão do exercício físico é que seja adaptado, caso já exista doença reumática».