Por: Thordis Berger, Chief Medical Officer – Holmes Place
A depressão e a ansiedade são as doenças mentais mais comuns, com grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Um estudo recentemente publicado resume as consequências da COVID-19 para a saúde mental, especialmente para a depressão e a ansiedade.
Investigadores da China estudaram o impacto psicológico da COVID-19 na primeira vaga e encontraram um número elevado de entrevistados com sintomas depressivos moderados a graves (16,5%) e ansiedade (28,8%).
A nível nacional, dados recolhidos junto de 10.519 portugueses adultos no início do Estado de Emergência, comprovam também o significativo impacto negativo da pandemia na saúde mental. Quase metade (49.2%) reportou o impacto psicológico moderado ou grave, variando os níveis de depressão, ansiedade e stress entre os 12% e os 30% da amostra.
Outros dados disponíveis foram fornecidos pelo projeto de investigação sobre os efeitos do isolamento social associados à COVID-19, em termos de saúde física e mental – COH-FIT – um estudo internacional que incluía Portugal. Os dados preliminares do estudo COH-FIT revelam que, em Portugal, o aumento do stress foi particularmente significativo entre os jovens adultos (36%) e afetou um terço dos inquiridos. Também no que respeita aos níveis de solidão, esta faixa etária registou um nível desproporcionalmente elevado do agravamento deste estado, quando comparado com participantes de outras faixas etárias.
A saúde mental foi assumida, desde cedo, como uma das prioridades nas medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para reduzir o impacto da pandemia provocada pela Covid-19 em Portugal.
A inatividade física tem sido considerada um fator de risco modificável para inúmeras doenças, incluindo depressão e ansiedade. Existe um vasto corpo de evidências que sugere que o exercício físico regular pode reduzir significativamente o risco de depressão e ansiedade. Assim, o exercício, conforme referido nas orientações nacionais, é crucial para manter uma boa saúde mental.
Resumindo, a pandemia de COVID-19 não afeta apenas a saúde física mas também a saúde mental. O exercício físico regular é essencial para a saúde mental e é capaz de aliviar os níveis de depressão e ansiedade durante a pandemia. Permanecer fisicamente ativo, principalmente neste período, contribui para a atenuação dos efeitos colaterais da COVID-19 na saúde mental após a pandemia.