“Promover os cogumelos na alimentação é uma forma de proteger os nossos recursos silvestres e seus territórios, e de projetar o país para a inovação na produção de alimentos do futuro”, destacou Anabela Marisa Azul, uma das fundadoras da Confraria, que é investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
A Confraria, que nasceu hoje em Cantanhede e terá sede no Espaço Inovação Mealhada, promete contribuir para a promoção deste recurso do património natural e cultural nacional, para além de desenvolver medidas de produção sustentável e de preservação e conservação de espécies.
Inclui também nos seus objetivos a dinamização da investigação e inovação, estabelecer parcerias e dinâmicas em várias vertentes, para além de divulgar a gastronomia dos cogumelos e trufas enquanto componentes da dieta Mediterrânica, “valorizando-os como fator indutor para uma maior atividade económica e turística”.
“O nosso lema é amar os cogumelos e o reino dos fungos, a natureza no seu esplendor, a boa saúde, a amizade, a fraternidade e a liberdade”, evidenciou Augusto Nogueira, outro fundador.
A nova confraria pretende ainda estabelecer ligações com produtores, agentes económicos, entidades públicas e privadas de âmbito local, regional, nacional e internacional, outras confrarias, suas federações e confederações.
“Consideramos que deve haver uma aposta numa cadeia de valor integrada, baseada em práticas sustentáveis de micosilvicultura e cultivo de cogumelos”, defendeu Ricardo Torres, empresário e também ele fundador da confraria.
A ideia de criar a Confraria nasceu durante o seminário Cogumelos do ‘Prado ao Prato’ realizado em novembro de 2023, no Grande Hotel do Luso.
Este seminário teve como objetivo refletir sobre a produção de cogumelos e de substratos em Portugal, a interação com o setor florestal e agrícola, e a inclusão dos cogumelos na dieta Mediterrânica.
O projeto “Cogumelos do ‘Prado ao Prato’: do tratamento de doenças do metabolismo a dieta saudável sustentável a partir da valorização de recursos agroflorestais”, liderado pela investigadora Anabela Marisa Azul, foi financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da iniciativa Alimentação Sustentável da Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030.
As insígnias da Confraria incluem “a capa com o micélio, que simboliza a força, a sabedoria e a cooperação, o chapéu cogumelo, com variedades, que simboliza a beleza”.
“Estamos a definir o emblema e o estandarte, que reforçará esta nossa ligação com os fungos e a natureza”, disse ainda Anabela Marisa Azul.
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