O momento da partilha de heranças deveria ser de união e memória familiar. No entanto, em Portugal, milhares de famílias enfrentam conflitos que chegam a tribunal e deixam marcas irreparáveis. Neste artigo analisamos as razões pelas quais tantas vezes os irmãos deixam de falar por questões de herança.
Porque surgem tantos conflitos
Segundo dados da Direção-Geral da Política de Justiça, os litígios relacionados com sucessões continuam a ser frequentes nos tribunais portugueses. As principais razões incluem:
- Falta de testamento claro e atualizado.
- Perceção de injustiça na divisão dos bens.
- Questões emocionais antigas que ressurgem no processo.
- Influência de terceiros, como cônjuges ou advogados.
Impacto emocional e social
Os conflitos sucessórios não afetam apenas a esfera patrimonial. Muitas vezes, resultam em ruturas definitivas entre irmãos que deixam de se falar durante anos. Psicólogos alertam que o peso emocional destes processos pode prolongar o luto e afetar a saúde mental.
Como prevenir
Planeamento antecipado
Elaborar um testamento claro e atualizado é a melhor forma de evitar conflitos. Em Portugal, este pode ser feito em cartório ou através de escritura pública.
Diálogo em vida
Conversar abertamente sobre desejos e expectativas ajuda a reduzir mal-entendidos. Apesar de ser um tema delicado, pode evitar discussões futuras.
Mediação familiar
Antes de recorrer ao tribunal, a mediação pode ser uma forma eficaz de alcançar acordos e preservar relações.
Mais que dinheiro, são relações
Uma herança pode ser motivo de gratidão e união, mas também de divisão profunda. O segredo está em planear e dialogar, para que os bens materiais não destruam os laços familiares. Afinal, o maior património que podemos deixar é a paz entre aqueles que amamos.










