A reedição do álbum “Venham Mais Cinco”, de José Afonso, pela editora Mais 5, está entre os nomeados para os prémios dos críticos de discos da Alemanha, anunciou hoje a companhia portuguesa, avança a Lusa.
“É uma honra para a Mais 5, editora independente portuguesa, receber notícia desta nomeação para o clássico de José Afonso que deu nome à nossa editora”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado.
A lista completa consiste em 96 produções gravadas que tenham sido lançadas no mercado alemão nos últimos 12 meses, de qualquer género, incluindo audiolivros, a partir de propostas do júri, que depois vai decidir quais os 10 vencedores, a anunciar no dia 27 deste mês.
De acordo com o ‘site’ dos prémios, os jurados deste ano foram Laura Aha, Manuel Brug, Ralf Dombrowski, Jörn Florian Fuchs, Julia Kaiser, Sabrina Palm, Petra Rieß, Isabel Steppeler, Markus Thiel, Albrecht Thiemann e Matthias Wegner.
O disco de José Afonso, prestes a celebrar 50 anos, como recordou a editora portuguesa, surge ao lado de álbuns como o mais recente trabalho de Björk, “Fossora”, ou de “Memento Mori”, dos Depeche Mode, “Ay”, de Lucrecia Dalt, “12”, de Ryuichi Sakamoto, e “Sequana”, de Souad Massi.
Gravado em Paris e editado pela Orfeu originalmente em 1973, “Venham Mais Cinco” contou com produção de José Niza e com direção musical de José Mário Branco.
O álbum inclui temas como “Era um Redondo Vocábulo”, que o crítico e músico de jazz Manuel Jorge Veloso considerou uma das melhores composições de José Afonso, “Rio largo de profundis”, “Nefretite não tinha papeira”, “Que amor não me engana”, “A Paz, o poeta e as pombas”, “Se voaras mais ao perto” e “Gastão era perfeito”, além da canção que dá nome ao álbum.
“Venham Mais Cinco” foi “o último dos discos de Zeca gravado e publicado nos interstícios da ditadura”, como se pode ler num texto do jornalista Gonçalo Frota publicado na página da Associação José Afonso.
Os 11 álbuns de José Afonso, editados originalmente entre 1968 e 1981, começaram a ser reeditados em outubro de 2021, sob o selo Mais 5.
O primeiro a ser reeditado foi “Cantares de Andarilho” (1968), seguindo-se “Contos Velhos Rumos Novos” (1969) e “Traz Outro Amigo Também” (1970). Todos tiveram edições físicas em CD e vinil, além de ficarem disponíveis nas plataformas digitais.
O projeto de reedição das obras previa “também uma sequência de edições de ‘singles’ nas plataformas digitais que antecedem a edição de cada álbum, de forma a divulgar as canções de José Afonso junto de novos públicos”.
Em maio de 2022, a obra do músico português começou a ser lançada na Alemanha.