O presidente da Câmara do Porto adiantou hoje que vai encomendar um estudo para perceber a perceção de insegurança sentida na cidade e que o movimento independente vai convocar uma Assembleia Municipal para discutir a segurança, avança a Lusa.
“Já encarreguei os serviços municipais no sentido de que seja feito um estudo sobre a perceção e fatores de insegurança na cidade do Porto”, afirmou o presidente da Câmara do Porto.
Rui Moreira, que falava à Lusa na sequência da audição da secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, na Comissão Parlamentar, adiantou que as soluções para combater os problemas sentidos na cidade não podem ter por base “opiniões avulsas e de observação”.
Segundo o autarca, o movimento independente “Aqui há Porto! também convocar uma Assembleia Municipal potestativa para discutir esta matéria e “os epifenómenos” relacionados, nomeadamente a noite, o tráfico e consumo de droga e o contingente policial.
“O município do Porto não se tem poupado a esforços no sentido de ajudar as autoridades competentes pela proteção e segurança”, referiu, elencando respostas como a aquisição de viaturas para a PSP, a esquadra a ser construída no antigo Matadouro, a videovigilância e a sala de consumo vigiado.
“Se acabam sempre por nos apontar o dedo (…) acho que é boa altura de pedirmos à Assembleia Municipal que se debruce sobre esta matéria, para que aquela avaliação que foi feita no parlamento pelos partidos, legitimamente, também seja feita pelas forças políticas da cidade”, observou.
Já quanto às declarações da secretária de Estado da Administração Interna na Comissão Parlamentar, Rui Moreira considerou que “há sempre uma tentativa de meter a cabeça na areia” e atribuir responsabilidades à autarquia.
“Quiseram discutir este assunto no parlamento, muito bem, compete ao presidente da Câmara do Porto dizer ‘bom, mas eu quero que discutam no parlamento da minha cidade’”, referiu, dizendo que este é “um modelo mais democrático”.
“É um modelo mais democrático até porque a minha força política [movimento independente] não tem maioria na Assembleia Municipal”, afirmou, dizendo que o debate naquele órgão municipal será liderado por “pessoas que conhecem a cidade e não fazem comentários provocatórios sobre a cidade como alguns que ouvi”.
Isabel Oneto substituiu hoje o ministro da Administração Interna na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Na audição, cujo debate se centrou na falta de capacidade operacional da PSP na cidade do Porto, na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD, a secretária de Estado defendeu que, no combate ao tráfico de droga, é necessário trabalhar com as autarquias e acabar com os bairros degradados que potenciam comportamentos desviantes, e disse ser também preciso “olhar com serenidade” para os dados sobre a segurança interna.
“Quando dizemos que o Porto é um barril de pólvora estamos a gerar insegurança porque não corresponde aos dados que temos”, referiu, destacando que, no ano passado, houve um reforço de 185 efetivos na PSP do Porto e que o curso de formação, que ainda decorre, irá permitir “reforçar vários comandos distritais e metropolitanos”.