Os 100 museus mais visitados do mundo registaram 141 milhões de entradas em 2022, o dobro do ano anterior, mas a maioria ainda sofre o impacto da pandemia, ficando aquém dos números de 2019, segundo as estatísticas, avança a Lusa.
Esta afluência foi quase três vezes maior do que a registada em 2020, mas ainda está longe dos 230 milhões de visitantes verificados em 2019, ano anterior ao surgimento da pandemia de covid-19, indicam as estatísticas recolhidas pela publicação internacional The Art Newspaper.
Após dois anos de restrições e incertezas provocadas pela covid-19, 2022 foi o ano em que a maioria dos visitantes conseguiu voltar a ver exposições nacionais ou no estrangeiro, regressando aos grandes museus em Paris, Londres, Roma e Nova Iorque.
O Museu do Louvre, em Paris, que habitualmente lidera a lista dos 100 museus mais visitados do mundo, voltou a marcar essa posição, com cerca de 7,7 milhões de visitantes em 2022, mas ainda um quinto menos do que em 2019, ano de referência em pré-pandemia.
Com um aumento de 173% face a 2021, o Louvre continua com menos 20% de entradas comparando com 2019, indicam as estatísticas do estudo que a publicação internacional realiza anualmente.
O Museu Coleção Berardo, em Lisboa – cuja designação foi alterada no início deste ano para Museu de Are Contemporânea Centro Cultural de Belém – é o único espaço museológico português que figura na lista dos 100 mais visitados, tendo alcançado a 96.ª posição, com 617.684 entradas, mais 116% que em 2021, mas ainda 42% abaixo de 2019.
Do Brasil, apenas o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, conseguiu entrar na lista, em 33.º lugar, com 1.364.208 visitantes.
Em situação idêntica esteve o Museu Nacional do Prado, em Madrid, Espanha, que conseguiu alcançar a 13.ª posição da lista, com 2.456.724 entradas, numa subida de 109%, mas a registar uma quebra de 30% comparando com o último ano antes da pandemia.
Em segundo lugar na lista dos 100 mais visitados ficaram os Museus do Vaticano, em Itália, com 5.080.866, e o terceiro e quatro lugares couberam a museus em Londres, no Reino Unido, segundo o mesmo estudo.
O British Museum contabilizou 4.097.253 visitas, mais 209% do que 2021, mas menos 34% do que em 2019, e logo a seguir, a Tate Modern, com 3.883.160, num ganho de 236% em relação a 2021, mas ainda com menos 36% no ano antes do surgimento do covid-19.
A recuperação mundial é desigual, sublinha o artigo do The Art Newspaper: em quinto lugar surge o Museu Nacional da Coreia, em Seul, visitado por 3.411.381 pessoas em 2022, num aumento de 170% face ao ano anterior e, excecionalmente, na lista, com 2% de aumento em relação a 2019.
Outras exceções – 17 conhecidas entre uma centena – são o Museu Nacional Russo, em São Petersburgo, com 2.651.688 entradas, mais 17% que em 2021 e mais 11% comparando com 2019, ou o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, nos Estados unidos, que atraiu 2.190.440 visitantes em 2022, mais 89% que em 2021, e já mais 10% do que em 2019.
No entanto, o Museu do Hermitage, também em São Petersburgo, que recebeu 2.812.913 visitas no ano passado, subindo 71%, ficou 43% aquém de 2019, os Museus do Kremlin, em Moscovo, registaram 861.341 visitantes, numa subida de 49%, mas ainda 72% abaixo da referência pré-pandémica.
Nos Estados Unidos, o Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, com 3.208.832, ganhou mais 64% entradas que em 2021, mas menos 34% que em 2019, em Washington, a National Gallery of Art acolheu 3.256.433 visitantes – o mais visitado do país -, numa subida de 91%, mas ainda com menos 20% relativamente aos números pré-pandemia.
Na China, devido à política muito restritiva para lidar com a pandemia, o impacto negativo nas visitas dos museus do país foi elevado.
Uma exceção em território chinês foi o novo Museu M+, em Hong Kong, inaugurado em novembro de 2021, e encerrado durante quatro meses em 2022, que conseguiu atrair mais de dois milhões de visitantes, entrando nos 20 museus mais visitados do mundo.
Na Grécia, em Atenas, o Museu da Acrópole acolheu 1.451.727 visitantes, mais 165% do que em 2021, mas menos 18% que em 2019,
Em Portugal, os museus, monumentos e palácios nacionais recuperaram quase dois milhões de visitantes em 2022, após as perdas durante a pandemia, somando um total de 3.339.416 entradas, segundo as estatísticas da Direção-Geral do Património Cultural, ficando, no entanto, também aquém dos cerca de quatro a cinco milhões, atingidos antes da pandemia, entre 2017 e 2019.