O Natal representa alegria, tempo de qualidade em família, mas também pode ser uma altura difícil do ano, que nos coloca sobre uma pressão extra. A Ordem dos Psicólogos Portugueses lança hoje o documento Natal & Saúde Psicológica, com uma estratégia para ajudar a viver o Natal com bem-estar e saúde psicológica.
O documento começa por reconhecer que o Natal “pode trazer-nos memórias de pessoas que perdemos ou de momentos importantes da nossa vida”. E também nos pode provocar “sentimentos de tristeza e zanga, ansiedade e sobrecarga, solidão e stresse, desilusão e frustração”. Revela ainda que “alguns estudos indicam que, juntamente com sentimentos com a felicidade, o amor ou o bom-humor, mais de 60% das pessoas sente stresse e cansaço durante o Natal”.
Estratégias que podem ajudar-nos a viver o Natal com bem-estar e saúde psicológica
· Reconhecer e aceitar os nossos sentimentos. Mesmo quando o que sentimos parece ser diferente do que sentem as pessoas à nossa volta, os nossos sentimentos continuam a ser válidos e legítimos.
· Priorizar o autocuidado. É importante pensarmos no que é melhor para o nosso bem-estar durante o Natal e sermos gentis e pacientes connosco próprios, colocando o autocuidado como tarefa prioritária.
· Definir limites. Dizer “não” a situações ou pedidos que nos façam sentir mal-estar ou desconforto.
· Gerir relações. Se há pessoas com quem não queremos estar no Natal, mas não temos como evitar, podemos tentar pensar em formas de manter a distância e evitar conflitos. Se
aquele familiar costuma provocar discussões, é provável que também o faça este Natal. Podemos tentar falar sobre temas neutros e envolver a família em actividades agradáveis.
· Falar ajuda. Pode ajudar falar sobre o que estamos a sentir e comunicar como nos podem ajudar durante o período natalício (por exemplo, coisas que devem evitar dizer-nos ou comunicar que não queremos estar envolvidos em determinadas actividades.
· Experimentar novas tradições. Se, por algum motivo, as tradições e rituais habituais, este ano, não são possíveis (por exemplo, porque não os conseguimos suportar financeiramente ou porque estamos a viver um luto), podemos experimentar novas tradições e rituais que se adaptem às nossas circunstâncias e necessidades actuais. Estas novas ideias podem aplicar-se só este ano ou tornarem-se parte do nosso Natal, no futuro.
O documento indica ainda estratégias para ajudar alguém que não gosta ou não se sente bem durante o Natal.
· Escutar e aceitar sentimentos diferentes dos nossos.
· Compreender que o Natal não tem o mesmo significado para todas as pessoas e pode trazer muitos sentimentos diferentes.
· Comunicar que sabemos que o Natal também pode ser um período difícil e que estamos disponíveis para ajudar.
· Assegurar a pessoa de que não está sozinha e que também é natural sentir stresse ou sofrimento na altura do Natal.
· Tornar o Natal inclusivo. Por exemplo, se um cuidador tem responsabilidades durante o período de Natal, podemos tentar organizar actividades em função dos horários que tenha disponíveis.