Tem animais de estimação? Conheça as doenças por eles transmitidas e saiba como se proteger

É inegável que os animais de estimação fazem parte integrante de muitas famílias e ganham cada vez mais espaço (e carinho) dos seus parceiros humanos.

A convivência com os animais é benéfica à saúde e traz bem-estar. Mas é preciso ter alguns cuidados para que essa proximidade não prejudique a saúde: os animais podem transmitir uma série de doenças, algumas delas potencialmente graves e fatais, como a raiva e a toxoplasmose.

Existem mais de 200 enfermidades que se encaixam no conceito de zoonoses — quando um problema pode circular e afetar seres humanos e outras espécies de forma concomitante. E cerca de 6 em cada 10 doenças infecciosas que acometem as pessoas são transmitidas a partir dos animais, incluindo os domésticos, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Com algumas medidas básicas, é possível diminuir significativamente o risco de ter qualquer contato com vírus, bactérias e outros patógenos que causam as tais zoonoses:

Fazer consultas periódicas

Mesmo se o bicho estiver bem, ele de precisa passar necessariamente por uma avaliação veterinária pelo menos uma vez por ano. Durante essa consulta, o profissional da saúde vai realizar alguns exames básicos e fazer perguntas sobre a saúde do animal. A vacinação de cães e gatos, o principal é o imunizante que protege contra a raiva, doença causada por um vírus cuja mortalidade beira os 100%. Outocuidado de rotina nas consultas anuais é a vermifugação. Esse remédio permite eliminar parasitas do seu organismo.

Ter cuidado redobrado com a higiene

Outro ponto primordial é a manutenção de potes de ração, bebedouros e locais onde o bicho faz xixi e cocô. Além dos vermes, esses locais podem ser fontes de contaminação por outros micro-organismos. Uma das mais preocupantes, especialmente quando falamos em gatos, é a Toxoplasma gondii, que provoca uma doença conhecida como toxoplasmose.

Para evitar esse risco, o recomendado pelos especialistas é fazer um exame de fezes que avalia a presença da Toxoplasma gondii nos gatos. O teste é ainda mais indicado em filhotes, que costumam carregar esse protozoário com mais frequência.

Organizar o ambiente

O local onde os objetos dos animais de estimação são mantidos é outro ponto sensível para evitar a contaminação com bactérias e outros patógenos causadores de infeções. A caixa de areia dos gatos ou o tapete higiénico do cachorro, por exemplo, devem ser mantidos o mais longe possível da cozinha e da despensa. Já os bichos que fazem xixi e cocô em qualquer lugar podem passar por treinos de adestramento.

Os dejetos devem ser recolhidos sempre que possível — e a área suja tem de ser limpa e desinfetada com lixivia ou outros agentes bactericidas.

Isso vale, inclusive, para os tutores de espécies menos convencionais. As tartarugas, por exemplo, excretam com frequência a bactéria Salmonella, uma das grandes causadoras de infeções gastrointestinais em seres humanos.

Ter uma atenção extra aos quintais

Os ambientes externos das casas são sempre um ponto de cuidado. Esses locais muitas vezes são o ponto de contato dos pets com outros animais.

O xixi de ratos e camundongos pode trazer a bactéria Leptospira, causadora da leptospirose. Esse micro-organismo penetra através da pele ou mucosas e causa desde um quadro febril leve até hemorragias gravíssimas. Para evitar esse problema, o primeiro passo é dar uma atenção extra aos quintais.

Usar o transporte adequado

O transporte de animais de um lugar ao outro tem sempre de ser feito nas condições adequadas, em locais seguros e com os equipamentos corretos.

Ter cuidado com os mais novos

Se você já tem um ou mais pets e decide adotar outro, o primeiro contato entre eles tem de ser feito com muita cautela. Afinal, o novo bichinho pode estar com alguma doença infeciosa e transmiti-la aos demais. E isso, por sua vez, cria e reforça cadeias de transmissão de bactérias e outros patógenos que podem chegar até os seres humanos. É preciso deixar o novo animal de quarentena, sem contato com os demais.

Nesse período inicial de afastamento, o tutor deve certificar-se que o pet passou por uma avaliação veterinária, fez alguns exames, está com a carteira de vacinação em dia e usou vermífugo.

Evitar algumas brincadeiras

Uma cartilha do CDC americano sugere que tutores não acostumem o animal com certas brincadeiras — principalmente “lutinhas” ou movimentos que estimulem mordidas ou arranhões. A sugestão dos especialista é sempre usar um objeto como intermediário das brincadeiras.

Fazer a castração

Esse procedimento é simples, seguro e evita que o animal gere filhotes inesperados. Mas existe outro benefício da castração: algumas espécies, como os gatos, participam de brigas durante a época reprodutiva por instinto. Esses confrontos são marcados por mordidas e arranhões que são fontes de transmissão de vírus, bactérias, fungos e outros agentes.

Observar atentamente a saúde do animal

Mesmo se todos os cuidados anteriores forem colocados em prática, o animal de estimação ainda pode sofrer com algumas doenças infeciosas que também afetam os humanos. Estar atento a possíveis incómodos é um passo fundamental para fazer o diagnóstico precoce e iniciar um tratamento o quanto antes.

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