A Santa Casa da Misericórdia do Porto e a Fundação Vodafone apresentaram o projeto Saúde Agora, que tem por objetivo diminuir a distância entre a população idosa e a tecnologia, bem como melhorar os serviços de apoio prestados em casa, promovendo uma maior autonomia e segurança dos pacientes. O projeto consiste numa plataforma de gestão de IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas), através da qual as casas das pessoas serão dotadas de inteligência artificial com capacidade para recolher dados, interpretar padrões, alertar e comunicar. Esta recolha e interpretação de informação permitirá um maior controlo de doenças crónicas como a diabetes, por exemplo, monitorizar doenças e disponibilizar cuidados de saúde e apoio social. Atuará também do ponto de vista da prevenção.
Segundo fonte da Fundação Vodafone, o projeto encontra-se em fase piloto e «tem um financiamento de trinta e cinco mil euros para aplicar na customização da plataforma web, adaptação das aplicações móveis e implementação no domicílio dos utentes abrangidos pelo programa». Relativamente à implementação propriamente dita, a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) refere que esta terá uma duração de três meses (o projeto foi apresentado em maio), para que, «a partir do segundo semestre de 2018, comece a apresentar resultados».
Nesta fase de implementação, continua a SCMP, «o principal foco de apoio é os idosos com parcos recursos financeiros, sendo neste grupo que se pretende introduzir e testar esta tecnologia de forma gratuita, num total de dez utentes, por um período não superior a seis meses. Sendo da responsabilidade dos serviços sociais da SCMP a escolha dos utentes que integrarão o piloto, os critérios de seleção estão suportados no conhecimento que a SCMP tem das pessoas».
Após esta fase piloto, e para que seja possível e sustentável expandir esta tecnologia junto dos idosos com reduzidos recursos financeiros, a SCMP pretende «iniciar uma análise de um modelo económico de comercialização deste produto junto de cidadãos com recursos financeiros para tal. Ou seja, pretende-se criar um fluxo financeiro circular em que alguns cidadãos com capacidade financeira garantem a sustentabilidade necessária para que os mais pobres possam usufruir da mesma tecnologia, mas de forma gratuita. A expetativa é que este seja um projeto de proximidade para pessoas, nomeadamente com a capacidade de definir/ identificar perfis individuais, e que obtenha a desejada massificação em Portugal, em 2019».
Em resumo, «o projeto Saúde Agora vai promover a transformação digital social. Trata-se de um produto de proximidade, desenhado para dar resposta às atuais necessidades das famílias, refere a SCMP.
Para a Fundação Vodafone, «as tecnologias da informação e comunicação podem contribuir para nos ajudar na promoção de estilos de vida saudáveis ao longo de toda a vida, tornando designadamente os serviços de apoio ao envelhecimento ativo mais eficientes e eficazes. Permitem ainda que as pessoas mais idosas possam viver de forma mais independente, durante mais anos, recorrendo com menor frequência aos estabelecimentos de saúde».