Aos 93 anos, John Starbrook é o jogador de pólo aquático mais velho de Inglaterra, sendo descrito por quem o conhece como um atleta notável possuidor de todas as capacidades.
John Starbrook é um nadador entusiasta há quase 80 anos, desde que deixou a escola no final da Segunda Guerra Mundial.
Quando era jovem nadou mariposa nos campeonatos nacionais de natação. Quando completou 80 anos, comemorou a data a nadar cerca de um quilómetro e meio no Golfo de Corryvreckan, entre as ilhas escocesas de Jura e Scarba. Atualmente nada três vezes por semana.
Quando não está com Judy, a sua mulher há 62 anos, ele passa a maior parte das manhãs no ginásio. «As aulas de spin fazem-me mexer», revelou ao The Guardian, acrescentado que «por volta das 16h ou 17h, volto a trabalhar a parte superior do corpo»
Depois de começar a correr aos 53 anos, Starbrook fez um total de 52 maratonas, de Londres à Dinamarca e Barbados. O seu tempo mais rápido foi de 4 horas e 14 minutos, em Snowdonia, 20 ou 25 anos atrás. Gosta de brincar afirmando que «foi porque estava sendo perseguido por ovelhas».
A sua mais recente – e provavelmente última – corrida foi em 2019, quando tinha 88 anos. Também fez alguns saltos de paraquedas e vários triatlos, embora seja conhecido por ter dificuldades com as trocas de roupa. «No primeiro que fiz, levei sete minutos para tirar a roupa», relembra
Com a corrida, arrecadou mais de 50 mil libras, principalmente para a Age UK. A instituição de caridade, que organiza muitas das aulas de ginástica locais, chama-o de embaixador pela sua capacidade de inspirar pessoas mais velhas e desafiar estereótipos sobre elas. «Muitas pessoas parecem pensar que quando chegam aos 50 anos, estão velhas», afirma, «eu ouço isso e não sei do que eles estão a falar».
Mas o que é que o mantém em tão boa forma?
«Não faço nada de especial», afirma, «embora nunca tenha fumado e bebido muito. A minha dieta é bastante normal. Como papas de manhã e muitos vegetais, mas não muita fritura. Acho que são apenas meus genes».
Se sim, provavelmente é do lado da mãe. John perdeu o pai, Samuel, quando tinha cinco meses – devido a uma pneumonia. Era a década de 1930, não havia dinheiro e Emily lutou para criá-lo. Starbrook, o mais novo dos três filhos, passou 14 anos num orfanato.
Emily casou novamente, teve outro filho e uma filha e viveu até os 86 anos. O irmão mais novo de Starbrook, David, entrou no judo e ganhou prata e bronze nas Olimpíadas de 1972 e 1976. Agora com 78 anos, ele ainda treina..
Quando teve de cumprir o serviço militar, Starbrook acabou no corpo médico do exército – e mais uma vez o destino ajudou. Os seus superiores eram obcecados por natação, «então qualquer um que fosse nadador era apoiado. Não fui soldado – tudo que fiz foi participar de competições militares».
Já passaram 28 anos desde que se reformou, depois de criar três filhos, ajudar a construir fábricas de energia, trabalhar em várias lojas e um quarto de século inteiro a entregar ovos nos arredores de Heathrow.
Será que sempre acreditou que iria estar assim, tão saudável aos 93 anos?
«Pensei que vivia até os 70 anos. Quando era mais jovem, pensava: será que ainda estarei vivo no ano 2000? Isso foi em 1945. De qualquer forma, não chegarei a 3000», brinca. Sobre o tempo que lhe resta, John diz não se «importar quanto tempo vou continuar, desde que não sinta nenhuma dor».
Tem um pouco de artrite em um joelho, o que ocasionalmente o mantém fora da aula de spinning. Toma anticoagulante por causa dos batimentos cardíacos irregulares, afirma que «tendo a idade que tenho, tenho sorte, é tudo o que tenho».