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Tomates selvagens nas Galápagos surpreendem cientistas com “evolução ao contrário”

Imagem | Adam Jozwiak / UC Riverside
9 Julho 2025
Forever Young

Nova investigação deteta reversão genética rara que levou estas plantas a produzir compostos químicos ancestrais, não vistos há milhões de anos.

A natureza continua a surpreender a ciência: tomates silvestres das ilhas Galápagos estão a inverter milhões de anos de evolução. Um estudo publicado na Nature Communications revela que estas plantas voltaram a produzir alcalóides primitivos, compostos químicos que só tinham sido observados em ancestrais muito antigos da família das solanáceas.

“Não é algo que normalmente esperemos”, afirma Adam Jozwiak, bioquímico molecular da Universidade da Califórnia, em Riverside, e autor principal do estudo. “Mas aqui está, a acontecer em tempo real, numa ilha vulcânica”.

A investigação centrou-se em duas espécies endémicas, Solanum cheesmaniae e Solanum galapagense, que crescem em diferentes ilhas do arquipélago. Em particular, os investigadores observaram diferenças marcantes entre os tomates das ilhas orientais e os das ocidentais.

Enquanto os tomates das ilhas mais antigas (e húmidas) produzem alcalóides semelhantes aos das variedades modernas cultivadas, os das ilhas ocidentais estão a sintetizar uma versão mais primitiva destes compostos tóxicos, usada pelas plantas para afastar predadores herbívoros.

As análises bioquímicas mostraram que esta mudança está ligada a uma simples mutação numa enzima responsável pela via de produção dos alcalóides. “Bastaram alterações em poucos aminoácidos para que a planta ressuscitasse uma via metabólica ancestral”, explica o estudo.

Implicações para a biologia e agricultura

Ao contrário de outros fenómenos genéticos retroativos conhecidos como atavismos, esta “evolução inversa” ocorreu de forma natural e generalizada nas populações selvagens.

Como explica o Science Alert, este fenómeno mostra que a evolução não é um processo linear ou irreversível. Em contextos ambientais extremos, “voltar atrás” pode ser a solução adaptativa mais eficaz.

Além do interesse científico, os resultados podem ter implicações práticas significativas: compreender como pequenas alterações genéticas influenciam a produção de compostos bioativos pode abrir portas à engenharia genética, seja para criar novas culturas agrícolas, melhorar a resistência a pragas, ou desenvolver novos medicamentos derivados de plantas.