Investigadores descobriram o espaço de uma pessoa pode apontar com precisão os seus traços de personalidade e o humor das pessoas que moram lá, especialmente à medida que a pessoa envelhece.
O estudo envolveu 286 pessoas com mais de 65 anos, todas saudáveis. Os investigadores tiraram fotos dos espaços onde os voluntários passavam mais tempo (normalmente a sala de estar) e descobriram que certas características da personalidade das pessoas se refletiam em elementos centrais da decoração desses espaços.
As fotos foram avaliadas por examinadores independentes, que analisaram as características da sala, como o brilho, a limpeza e se o ambiente parecia novo ou antigo.
Mostre-me a sua sala e te direi como é
Um sentimento de extroversão foi expresso na decoração da sala com itens novos e uma decoração alegre. Isso pode vir do desejo de tornar a sala atraente para amigos e familiares em visita.
A consciência foi associada à aparência de nova e ao conforto. Como a ordem e a organização são componentes-chave desse traço de personalidade, isso pode explicar a associação, dizem os investigadores.
Amabilidade, franqueza e neuroticismo não se mostraram associados à decoração da sala. Mas uma personalidade aberta era evidente na decoração para os adultos mais velhos que moram sozinhos, sugerindo que as pessoas que moram com outras pessoas podem não ter tanta abertura para expressar a sua personalidades na decoração.
Gosto do meu lar
Uma das principais conclusões da pesquisa é que, quando um espaço de vida corresponde à personalidade e às preferências da pessoa que mora nele, os adultos mais velhos relataram maior bem-estar.
“Pessoas que têm uma correspondência entre personalidade e espaço de vida relatam melhor bem-estar, sentem-se melhor com a sua vida e têm um humor melhor,” disse a professora Karen Fingerman, da Universidade do Texas em Austin (EUA). “O lar é onde podemos nos expressar.”
A equipe sugere que a aplicação destes resultados pode ajudar as pessoas a levarem uma vida mais feliz, sobretudo os idosos com fragilidade ou deficiência cognitiva, que precisam de ser transferidos das suas casas para instituições de longa permanência.