Um estudo publicado no jornal Jama, abriu caminho para a otimização da vacinação contra dois dos principais vírus respiratórios: o vírus da gripe e o SARS-CoV-2 (COVID-19).
O estudo, desenvolvido pela empresa farmacêutica Moderna, descobriu que a sua vacina combinada atinge uma resposta imunológica comparável à de outras vacinas individuais já aprovadas para essas infecções. Embora este estudo não meça a eficácia do medicamento e exija mais pesquisas para analisar esse elemento-chave, os cientistas sugerem que o desenvolvimento de uma única vacina contra essas duas doenças poderia ajudar a melhorar a cobertura vacinal.
O vírus da gripe e o vírus da COVID já são bem conhecidos da saúde pública, mas o seu impacto continua a ameaçar os sistemas de saúde e a vida de milhões de pessoas todos os anos: estima-se que, anualmente, sejam registados cerca de mil milhões de casos de gripe e 2,3 mil milhões de casos de COVID no mundo.
Apesar da sua virulência, especialmente em pessoas com mais de 65 anos, a vacinação contra estes microrganismos continua, aos olhos dos cientistas, “abaixo do ideal ”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a administração de vacinas contra esses dois vírus juntos para melhorar a cobertura, mas os autores deste estudo argumentam que uma vacina multicomponente — ou seja, combinada — “pode ser uma opção preferível para vacinar contra ambas as doenças numa única injeção”.
Os investigadores levantam a hipótese de que essa estratégia poderia aumentar a adesão às diretrizes de imunização e, “em última análise, mitigar a doença”. O tempo dirá se essas expectativas serão atendidas, mas a vacina experimental, por enquanto, já está na vanguarda dessa estratégia terapêutica.