Aposição de Jorge Rebelo de Almeida foi expressa aos jornalistas numa conferência de imprensa realizada na unidade do sul de Espanha, localizada no município de Ayamonte, província de Huelva, a cerca de 10 quilómetros da ponte internacional do Guadiana, que liga a Andaluzia ao Algarve, no âmbito das atividades que o grupo preparou para a inauguração da unidade.
“É uma alegria muito grande hoje para nós estarmos aqui neste hotel, há muitos anos que nós no Vila Galé tínhamos o grande desejo de entrar em Espanha, fizemos muitas experiências e a primeira que deu certo foi esta”, afirmou o presidente do grupo hoteleiro português, assegurando que a expansão em Espanha “não vai ficar por aqui”.
Jorge Rebelo de Almeida destacou a importância da escolha da Andaluzia para a entrada do grupo em Espanha, numa parceria com a Saint Croix HI, proprietária do imóvel, que implica o “pagamento de uma renda”, cujo valor não precisou, no âmbito de um contrato de parceria estabelecido “por 10 anos, prorrogáveis”.
Um dos objetivos do grupo para o hotel em Isla Canela passa por reduzir o tempo em que a unidade encerra no inverno, contrariando a tendência dos restantes hotéis da zona, que fecham em outubro e só reabrem em abril/maio, adiantou o empresário, esclarecendo que a meta é fechar apenas dois meses por ano, em dezembro e janeiro.
O presidente do grupo Vila Galé lembrou a herança árabe na Andaluzia e no Al-Andaluz, denominação dada ao território ocupado pelos árabes até ao século XIV e que abrangia também o sul de Portugal, para destacar que o edifício da nova unidade hoteleira tem um projeto “muito bonito de arquitetura, com influência árabe”.
“Mudámos toda a decoração, porque o hotel já tinha uns anitos, e hoje tem uma imagem adequada ao projeto de arquitetura, de influência árabe”, considerou o empresário português, salientando que a decoração árabe costuma ser “muito carregada” e ter “muita informação, muitos dourados”, e o trabalho feito manteve “referências árabes”, mas “mais simples” e “mais ligeira”.
O grupo conta atualmente com “44 hotéis, dos quais 32 em Portugal”, e tem uma “presença forte” no Brasil, com “cerca de 10.000 camas”, assinalou o líder do Vila Galé, que em 2023 obteve receitas totais de 275 milhões de euros.
“Estamos também em todo o nordeste [brasileiro] e vamos até Rio de Janeiro e São Paulo, e agora este ano estamos a preparar mais dois para abrir, um ainda este ano e outro no próximo ano, em abril”, adiantou, referindo-se respetivamente às unidades previstas para as localidades de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, e Cumbuco, no estado do Ceará.
Jorge Rebelo de Almeida salientou que o projeto do hotel em Ouro Preto vai permitir recuperar um edifício histórico, onde se instalou o primeiro regimento de cavalaria portuguesa no Brasil, em 1777, e recordou que o Vila Galé também já está presente em Cuba, país que está numa “fase difícil, de muitas dificuldades económicas” e de abastecimento, devido ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos.
“Gostaríamos agora muito, em Espanha, de ir subindo um pouco, estamos no sul e queremos passar por Sevilha, que é uma cidade que me encanta, muito bonita, e onde gostaríamos de ter uma presença, e naturalmente Madrid, que é também a capital e seria importante para nós”, avançou, sem precisar um calendário e considerando, como a presença na Andaluzia, “será mais fácil acompanhar as oportunidades” no futuro.