Bebidas vegetais, margarinas, mueslis ou outros produtos “zero”, “light”, são alguns exemplos do que deve deixar na prateleira. O marketing alimentar tem sido muito rico, nos últimos anos, em produtos “sem açúcar”, “sem natas”, “vegetal” ou “baixo em gorduras”, com ingredientes naturais, que descansam o consumidor, mas que podem não ser bem como a “capa” mostra. Por isso, devemos ter cuidado para não nos precipitarmos.
O periódico espanhol, El País, esteve à conversa com dois nutricionistas, que alertaram para essa necessidade, pois, como refere Juan Revenga, devemos «suspeitar sempre que um alimento precise de sublinhar como é bom», além de que as melhores escolhas alimentares «nunca fazem referência à sua riqueza em ómega 3, ferro, cálcio», também relacionada com a publicidade, Daniel Ursúa afirma ainda que se deve desconfiar de um produto que «está a ser promovido por um famoso».
Bebidas vegetais
Estas bebidas foram apresentadas como alternativa ao leite e, inicialmente, também, como benéficas para a nossa saúde. No entanto, Revenga lembra que «tem que se ter em conta que um dos ingredientes mais presentes nestas bebidas é o açúcar», conhecido por ser prejudicial.
Muesli “light”
Os nutricionistas espanhóis não fazem nenhuma exceção a produtos etiquetados como “light”, especialmente quando associados a processados como os cereais. Ursúa sugere fazermos as «nossas próprias misturas com grãos integrais, frutas secas e frutas desidratadas».
Margarina
Os nutricionistas recomendam a sua utilização ao mínimo possível até porque não são muito consumidas. A maior parte das margarinas possui óleo de palma ou de coco, que é rico em ácidos gordos saturados, que permitem manter a textura característica da manteiga. Por outro lado, se usarem óleos como o de girassol, têm que introduzir hidrogénio para mudar do estado líquido para semissólido, algo que origina as gorduras hidrogenadas.
Produtos “sem açúcares adicionados”
Este é um dos casos mais flagrantes de deturpação da comunicação, porque na maioria dos casos substitui-se o açúcar por concentrados, que têm os mesmos efeitos. Ursúa fala da criação de uma «falsa segurança na população para que consuma esses produtos da maneira habitual».
Tenha, ainda, muito cuidado com produtos que tenham mais de dez ingredientes, quando é suposto saber a só um. Podem estar a tentar vender gato por lebre. Ursúa questiona-se de qual a necessidade de se adicionarem mais ingredientes, «a não ser que seja para esconder alguma coisa do público».