Este ano a Páscoa será ainda vivida de uma forma diferente. O confinamento e o distanciamento social recomendados, assim o determinam. No entanto existem algumas coisas que não vão nunca mudar. Uma coisa é certa: vamos voltar a ver o Coelho da Páscoa em Abril.
Sendo certo que o Pai Natal é a figura de maior destaque das épocas festivas, a verdade é que o Coelho da Páscoa é sem dúvida um dos seus maiores “rivais”. Todos, desde crianças, adoramos este pequeno coelhinho que nos traz chocolates e guloseimas. Apesar de toda esta adoração, continua também a existir um grande desconhecimento sobre a origem e história desta personagem querida.
Independentemente de celebrar a Páscoa de uma forma mais religiosa ou simplesmente gostar de apreciar mais um feriado dedicado à boa comida junto da sua família, eis alguns factos sobre o Coelho da Páscoa que todos devemos conhecer.
- Uma “galinha dos ovos de ouro”
Sim, este é um coelho que percebe de negócios e que sabe monetizar bem a semana da Páscoa. Só nos EUA, estima-se que os gastos dos consumidores durante este período atinjam os 18 mil milhões de dólares. Cerca de 8 em cada 10 adultos celebra este feriado e, em média, cada um deles gasta ao todo 151$, em roupa, doces, flores, presentes, etc.
Sendo certo que o Coelho da Páscoa não é inteiramente responsável por estes gastos, a verdade é que é uma parte essencial na medida em que é a tradição e a história em redor da personagem que leva a que muitas pessoas queiram consumir mais nesta semana.
- É uma exportação alemã
As referências iniciais a esta figura, datam do século XVII e têm origem no povo alemão. Já neste período ancestral existiam referências à lenda do “Oschter Haws”, que no idioma alemão significa literalmente “Lebre da Páscoa”. Este animal visitava as crianças enquanto estas dormiam e oferecia-lhes recompensas pelo seu bom comportamento, em forma de ovos coloridos deixados em pequenos “ninhos” que as crianças criavam com os seus chapéus.
- Em alguns países o coelho não faz parte da Páscoa
Muitos são os países que celebram intensamente a Páscoa, no entanto nem todos reconhecem a figura do coelho com um símbolo deste feriado. Em França, o povo celebra a páscoa com sinos de igreja voadores. Isto está relacionado com o facto de que entre a Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa todos os sinos estão silenciados como forma de homenagear o sacrifício de Cristo. Às crianças é contada a história de que os sinos ganham asas e voam até Roma para receber a benção do Papa. No Domingo quando tudo regressa ao normal, as crianças encontram sinos de chocolate nas suas casas e jardins, deixados cair pelos sinos voadores nas suas viagens de regresso.
Já na Suécia, por exemplo, o povo acredita em bruxas da Páscoa. De acordo com as lendas desta região, era costume as bruxas voarem até uma conhecida montanha na quinta-feira anterior à Páscoa. Tal como no Halloween, as crianças celebram este feriado mascarando-se de bruxas e pedindo doces aos vizinhos.
- É um símbolo de fertilidade
A história do Coelho da Páscoa é complexa e existem muitas diferentes origens e lendas que abordam esta personagem. Uma delas refere que o aparecimento do coelho é bem mais antigo e está relacionado com um festival que era celebrado pelo povo pagão em homenagem à deusa da fertilidade anglo-saxónica Eostre, para quem os coelhos e as lebres eram sagrados devido aos seus hábitos reprodutivos.
À medida que o Cristianismo se espalhou pelo o Mundo, o Papa Gregório (Séc. XVII) terá ordenado que a Igreja adotasse alguns costumes e rituais pagãos, como forma de facilitar a conversão destas pessoas. Assim se explica que alguns feriados cristãos se tenham misturado com os seus equivalentes pagãos, e por conseguinte celebremos, por exemplo, a ressureição de Cristo em simultâneo com o “apoio” de um coelho bondoso que distribui doces e presentes.
- O coelho não só o traz os ovos como também os produz
Todos sabemos que o Coelho da Páscoa nos traz os ovos coloridos. O que podemos não saber é que o coelho põe os seus próprios ovos… tal como se tratasse de uma galinha. De acordo com a lenda pagã associada à deusa da fertilidade, as lebres e os coelhos não eram apenas sagrados para Eostre, eram também seus companheiros.
Um certo dia ao salvar um pequeno pássaro que já não conseguia voar, a deusa decidiu transformá-lo num coelho das neves, capaz de gerar ovos coloridos, em lembrança das suas origens aviárias. Estes ovos mágicos apenas podiam ser postos fora uma vez por ano, durante o festival de Eostre.
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