Não gostamos de “regras escritas em pedra”. Não existem formulas mágicas para viver uma relação perfeita. Todos somos diferentes; ninguém é igual. Assim é normal que algumas recomendações gerais que a sociedade nos oferece possam não ser adequadas à nossa realidade.
Terri Orbuch, uma investigadora e professora da Universidade do Michigan, defende que muitas destas regras são apenas mitos. São verdades não comprovadas que não se ajustam à realidade da maioria dos relacionamentos.
Aqui segue uma listagem de algumas destas regras que deverá quebrar sem remorsos:
- “Nunca vá para a cama zangado”
Nem sempre ficar acordado a resolver problemas com o seu parceiro é uma boa ideia, defende Orbuch. O mais provável é acabarmos nestas situações por dizer coisas de “cabeça quente” que no dia a seguir nos iremos arrepender.
Muitas vezes o melhor é mesmo dormir e no dia seguinte acordar refrescado, pronto a conversar com o seu parceiro. A probabilidade é que a conversa corra bem melhor assim.
Este mito de ter que resolver os problemas todos antes de dormir causa grandes problemas a muitos casais. Orbuch assegura que ficar até às “tantas” da noite a conversar pode ter apenas o efeito de aprofundar ainda mais as discussões, visto que ambos vão estar mais cansados e com menos paciência.
- “O teu parceiro deve ser o teu melhor amigo”
As pessoas têm esposos/as e também têm amigos. Para Scott Haltzman (antigo professor da Universidade de Brown) esta distinção é importante. Não devemos desejar que o nosso parceiro seja tudo e mais alguma coisa. É certo que é importante que pessoas casadas sejam amigas, mas Haltzman alerta que muitos casamentos entre “melhores amigos” apresentam por exemplo maior insatisfação na componente sexual da relação.
Por vezes é muito mais fácil falar de certos temas com um amigo de que com o nosso parceiro. É natural. Sendo assim devemos retirar alguma pressão à relação e não esperar que esta pessoa satisfaça todos os requisitos. Se o seu parceiro não quiser fazer uma certa atividade ou falar sobre um certo tópico não se preocupe. Ligue a um amigo.
- “Seja sempre honesto”
Estudo comprovam que os casais mentem muitas vezes. Na maioria dos casos, segundo Haltzman, isto não tem um impacto negativo no relacionamento. Alguns casais conseguem perceber simplesmente que existem certas coisas que mais vale não revelar e confiam na capacidade do seu parceiro em não fazer algo que possa realmente ter consequências graves para o relacionamento.
Caso tenham, no entanto, definido uma regra inicial de nunca mentirem um ou outro, então o melhor é mesmo cumprirem essa promessa. Caso contrário irão certamente destruir o relacionamento.
- “Depois de casar, tudo está assegurado”
Por um lado, se casou com alguém foi porque se sente inteiramente confortável com essa pessoa. Sente-se seguro e sabe o que esperar do “outro lado”. Esta segurança geral pode ser óptima, mas pode também tornar a relação em algo aborrecido e previsível.
Lembre-se dos tempos iniciais do seu relacionamento. Muita da incerteza que esse período continha, era também extremamente entusiasmante. Segundo Haltzman, ser previsível e confiável são duas qualidades que se encontram no espectro oposto ao conceito de erotismo.
É importante que o casal não tenha que estar sempre junto. Que tenha tempo para “cultivar” os interesses exclusivos de cada um. Isso irá ajudar a que a relação continue entusiasmante e que os dois membros do casal continuem a valorizar ao máximo o tempo que efetivamente passam juntos.
- “A relação tem que ser sempre a 50-50″
Esperar que ambos contribuam de forma igual para a relação pode ser uma “receita” para gerar problemas num casal. É certo que por exemplo um casamento tem que estar baseado numa lógica de dar e receber. No entanto não é saudável estar continuamente a tomar nota de quem está a “dar” mais. Isto provavelmente só irá enfurecer a pessoa em questão.
É pouco provável que os dois membros de um casal estejam continuamente alinhados nesta questão. Todas as pessoas são diferentes e todos temos expectativas distintas sobre o que deveríamos ou não fazer melhor. O importante é procurar perceber o que é razoável esperar na sua relação em particular e não esperar apenas que tudo seja divido “a meias”, numa proporção 50-50.