A realidade que pode enfrentar quando pára de trabalhar pode ser muito diferente do sonho de estar numa casa junto à praia, em que a sua maior preocupação do dia é saber qual é a temperatura da água do mar. Resumimos nestes artigo as principais desvantagens de estar reformado, assim como as soluções para viver esta fase da sua vida em pleno.
1- As suas economias podem ser insuficientes
A maioria das pessoas provavelmente dirá que quer viver uma vida longa e saudável. No entanto, esta tarefa pode revelar-se uma desvantagem na reforma para quem não possui as economias adequadas para uma longa duração.
Solução: Planear uma reforma longa
O cofundador da Voyage Partners Niles Geary admite que «é impossível prever o futuro». Contudo, existem formas de calcular a esperança de vida que mostram «o número médio de anos que pode esperar com base no seu sexo e data de nascimento». Este dado pode ser utilizado como «um ponto de partida ao calcular quanto tempo a sua poupança precisa de durar.
Para estar seguro, porém, «o seu plano precisa de fornecer uma renda suficiente para atender às suas necessidades por mais de 30 anos», disse o CEO da empresa norte-americana de estratégia financeira. Se não estiver no caminho certo para economizar o suficiente, pode ser necessário adiar a reforma por mais um tempo.
2- Os custos de assistência médica podem acabar com as suas economias
Assim como não consegue prever o futuro, é impossível antecipar qual será a condição da sua saúde e quais os gastos que esta necessitará. Logo, pode ser uma realidade «ficar sem dinheiro se não tiver um plano que cubra os custos com os cuidados de longo prazo», disse Geary.
Solução: Reduzir custos e reforçar as economias previstas para a Saúde
Existem várias etapas para lidar com o aumento dos custos com saúde na reforma. A possibilidade de continuar a trabalhar para continuar a beneficiar do seguro de saúde subsidiado pelo empregador é uma delas. Uma especialista alerta ainda para «realizar procedimentos médicos significativos, que sabe que vai precisar, enquanto ainda estiver empregado». Além disso, «pode contribuir para uma conta de poupança de saúde enquanto trabalha, se tiver um plano de saúde dedutível», explica.
3- Viver exclusivamente da reforma pode ser desafiador
Se a pensão da segurança social for a sua única fonte de rendimento, pode descobrir, no futuro, que não tem dinheiro suficiente para atender às suas necessidades.
Solução: Maximizar os benefícios da segurança social
Obviamente, se quiser evitar reformar-se apenas com uma receita única, precisa de economizar enquanto estiver a trabalhar. Se acredita que vai sentir dificuldades em acumular para um generoso pé de meia, comece a pensar o mais cedo possível nessa situação, visto que quanto maior forem os seus descontos, maior o valor da pensão.
4- Ficar entediado
Uma das queixas mais comuns dos recém-reformados é o tédio. Algo natural para uma pessoa que costumava trabalhar cinco dias por semana, oito a 12 horas por dia e que de repente se vê com 7 dias livres por semana e sem responsabilidades.
Além de colocar as suas finanças em ordem antes da reforma, dê importância a pensar como gastará o seu tempo nos anos dourados.
Solução: Comece um novo hobby ou crie uma lista de coisas para fazer
Se não planear o que fazer com o seu tempo extra na reforma, pode ficar deprimido e acabar por gastar mais do que o planeado na tentativa de preencher o seu tempo.
Para evitar o tédio, experimente fazer uma lista completa de todas as coisas que queria fazer enquanto trabalhava, mas nunca fez. Estas podem incluir voluntariado, exercício, novas aprendizagens ou desenvolver um hobby antigo.
5- Continuar a trabalhar pode ser uma opção
Talvez precise de voltar ao trabalho depois de se reformar por vários motivos. E pode não ser apenas um trabalho a tempo parcial. Há uma percentagem maior de trabalhadores mais velhos que agora trabalham a tempo inteiro, de acordo com um relatório publicado pela Brookings Institution.
Solução: Encontrar um trabalho que gosta
Voltar ao trabalho na reforma não tem de ser algo necessariamente ruim. Até porque, além dos benefícios financeiros, trabalhar pode ajudar a afastar o tédio. Como diz o sócio de uma empresa de gestão financeira Alexander Rupert, «há uma sensação de satisfação no trabalho. Isso mantém-nos ocupados e também nos dá uma sensação de propósito».
E, também, não precisa de regressar ao trabalho ou campo que deixou, pois «existem empregos perfeitos para quem já está na idade da reforma e que podem oferecer a oportunidade de explorar outros interesses que tenha».
6- Ter que morar com os seus filhos
A esmagadora maioria dos pais não espera nenhum apoio financeiro dos seus filhos na reforma, de acordo com uma pesquisa recente do GO Banking Rates. No entanto, isso não significa que eles não lhes peçam ajuda.
Solução: Dê prioridade à sua reforma
Se não quer que os seus filhos o ajudem na reforma, uma coisa que pode fazer é parar de apoiar, tanto, financeiramente os seus filhos. Uma pesquisa recente descobriu que os pais estão a perder milhares para apoiar os seus filhos.
7- O sentimento de culpa por gastar o que lhe deu trabalho a acumular
Byrke Sestok diz que «as pessoas que fizeram um excelente trabalho a economizar para a reforma, costumam ter dificuldade em gastar o dinheiro que acumularam pois os gastos não lhes parecem naturais».
Solução: Crie um orçamento
Para evitar que se sinta culpado por gastar as economias da sua reforma, Byrke recomenda «criar um orçamento mínimo e máximo com base em ativos e fontes de rendimento. Em seguida, defina uma meta de gasto mensal». Dessa forma, vai conseguir controlar melhor quanto e em que gasta o dinheiro que acumulou.
8- O patrimônio líquido pode ficar sem sentido depois de se aposentar
Pode ter diligentemente reservado dinheiro para o futuro e agora ter uma pequena fortuna que lhe garanta um futuro com qualidade de vida. Mas por muito grande que seja a quantia, esta pode ficar curta se mudar na reforma para um estilo de vida com um custo muito superior. Niles Geary identificou o problema de «as pessoas, quando estabelecem metas financeiras na sua reforma, muitas vezes fazem-no sem saber quanto precisam mensalmente para cobrir as suas despesas».
Solução: Faça um plano antecipado dos seus gastos
«A maioria dos aposentados gasta entre 80 e 90% mais do que gastava no ano anterior à reforma», disse Geary. Essa realidade demonstra como, depois de aposentado, as suas economias precisam, ainda mais, de gerar «uma receita mensal suficiente para sustentar os novos hábitos de gastos».
Geary recomenda, também, que se faça uma distinção das necessidades dos desejos para calcular «quanto precisa de receber por mês para suprimir o valor gasto em desejos e que a eliminação de muitos desses podem ajudar a uma maior duração das economias da reforma».
9- Pensar em mudanças pode ser uma má ideia
Vender a casa e mudar-se para um local mais barato pode parecer uma jogada financeira inteligente aquando da aposentação. Porém, o diretor de crescimento do Grupo Financeiro Sequoia Leon LaBrecque diz que isso pode ser «um desperdício de dinheiro e energia».
Solução: Teste primeiro os novos locais
Antes de arrumar os pertences e colocar a casa no mercado, LaBrecque recomenda «alugar no local em que está a pensar comprar, se achar que a cidade ou o estilo de vida não é o ideal, ainda pode voltar para casa sem problemas».
10- Acompanhar seus amigos pode ser mais difícil
Até pode ter mais tempo para sair com os amigos na reforma. Porém, quando socializar com mais frequência e o número de atividades em conjunto aumentar, os problemas podem começar a aparecer. Isto porque o seu estilo de vida e o dos amigos podem ser diferentes no que ao dinheiro diz respeito.
Solução: Veja se está a cumprir o planeado no orçamento
A proprietária do Sullivan Financial Planning Kristi Sullivan sugeriu que experimente deixar que «sejam eles a sugerir as atividades primeiro e mantenha-as dentro do seu orçamento».