10% dos portugueses com mais de 65 sofrem de fibrilhação auricular

A fibrilhação auricular (FA) é a arritmia cardíaca mantida mais comum em todo o mundo, e também responsável por 20 a 30% dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos.

Diagnosticar atempadamente esta arritmia pode revelar-se fundamental na prevenção de complicações como AVC, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. A FA pode implicar uma significativa redução da qualidade de vida, mas pode ser controlada através da gestão de comportamentos, hábitos de vida, medicação e, nalguns casos, de ablação.

A estatística fala por si – em Portugal, a partir dos 50 anos, a prevalência da FA ronda os 2,5 %. No entanto, esta prevalência aumenta significativamente com o avançar da idade e depois dos 65 anos, 10% da população já terá desenvolvido esta arritmia. É por isso recomendado que, a partir dessa idade, se façam rastreios, seja através da autoavaliação do pulso, ou de um eletrocardiograma. Isto porque, apesar de muito prevalente, na maioria dos casos, a FA só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas. O diagnóstico precoce desta arritmia é fundamental para a instituição do tratamento adequado e a manutenção de uma qualidade de vida satisfatória.

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Devemos estar atentos a sinais subtis como palpitações (provocadas pela descoordenação do batimento cardíaco) ou pulsação rápida e irregular. Tonturas e sensação de desmaio, estado confusional, dificuldade em respirar, cansaço ou sensação de aperto no peito também podem significar a existência de FA.

Comorbilidades como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e síndrome de apneia obstrutiva do sono potenciam o aparecimento de arritmias como a FA.

Mas nem tudo são más notícias. Uma vez diagnosticada, a FA pode ser eficazmente controlada na grande maioria dos doentes, através da alteração de hábitos de vida, fármacos antiarrítmicos, ablação e farmacológica terapêutica anticoagulante. De acordo com as normas estabelecidas na maior parte dos países europeus, a maioria dos doentes com FA tem indicação para terapêutica anticoagulante oral, para prevenção do AVC e do tromboembolismo sistémico, nomeadamente através da utilização de anticoagulantes não antagonistas da vitamina K, conhecidos por NOAC.

Para alcançarmos um bom controlo desta arritmia, é essencial que, a par da adoção de hábitos de vida saudáveis, se cumpra escrupulosamente a terapêutica farmacológica. Não arrisque, nem o faça por autorrecriação. Qualquer alteração deverá ser validada pelo médico assistente.

 

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