Recorrendo a uma designação que simultaneamente dá nome ao projeto em causa e reflete o espírito que a referida autarquia do distrito de Aveiro deseja incutir aos encontros, essas “Visitas Extraordinárias” estarão a cargo de uma gerontóloga que, em sessões individuais de 60 minutos, sempre no domicílio dos seniores sinalizados, irá desenvolver com eles vários trabalhos de estimulação física e cognitiva.
Até dezembro de 2025, o projeto abrange 60 pessoas com mais de 65 anos e prevê 10 visitas a cada uma deles, sendo que, para garantia de continuidade dos efeitos pretendidos, a autarquia da Área Metropolitana do Porto também realizará duas sessões com cada grupo de cuidadores desses seniores, para lhes ensinar a desenvolverem o mesmo trabalho autonomamente, na retaguarda.
“Há muito que preconizámos a necessidade de uma resposta direcionada aos idosos que se encontram em situação de dependência e que, por essa razão, não conseguem usufruir das oportunidades existentes na comunidade em termos de envelhecimento ativo e saudável”, declarou à Lusa a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém.
Com um investimento de 32.250 euros, a autarquia quer assim garantir que “ninguém fica para trás” e que os conteúdos das sessões se ajustam ao seu destinatário concreto, já que “a gerontóloga estrutura a sua intervenção tendo em conta a vivência de cada sénior, a sua história de vida, os seus gostos e, em suma, a sua realidade”.
“Respeitando o envelhecimento no seu meio natural, estamos, portanto, a criar condições para que se envelheça no contexto doméstico real com dignidade e com qualidade de vida”, defendeu Margarida Belém.
Trabalhos artísticos, questionários culturais e exercícios de estimulação cognitiva e lúdica preenchem as sessões das “Visitas Extraordinárias” e, quando possível, serão complementados com “Oficinas digitais”, outra iniciativa que a Câmara de Arouca se propõe desenvolver para aumentar a literacia digital dos seus seniores mais isolados, ajudando-os a lidar com os recursos de comunicação e entretenimento disponíveis no telemóvel e na internet.
A presidente da câmara nota que, na maioria dos casos, o projeto abrange idosos que vivem sozinhos e apresentam debilidades físicas e ou cognitivas, mas refere que o universo de seniores a visitar também inclui alguns casais que, mesmo vivendo a par, se encontram em situação de grande isolamento.
“Há casos que evidenciam uma grande solidão e um grande vazio ocupacional e é isso que queremos combater”, conclui Margarida Belém.
Lusa