Enquanto para algumas pessoas distinguir a esquerda da direita é tão fácil como distinguir de cima para baixo, uma parte significativa (cerca de uma em cada seis pessoas, de acordo com um estudo recente) tem dificuldade em fazer esta distinção.
«Ninguém tem dificuldade em dizer (que algo é) para frente e para trás, ou para cima e para baixo», diz Ineke van der Ham, professora assistente de neuropsicologia na Universidade de Leiden, na Holanda, à BBC.
Mas diferenciar a esquerda da direita é diferente, «e tudo por causa da simetria e porque, quando você se vira, é o contrário, e isso torna tudo muito confuso».
«A distinção entre esquerda e direita é um processo bastante complexo, que requer memória, linguagem, processamento visual e espacial e rotação mental», avança a BBC, «os investigadores só agora estão a começar a entender o que acontece ao cérebro quando fazemos isso e por que é muito mais fácil para algumas pessoas do que para outras».
«Algumas pessoas podem distinguir de maneira inata a direita da esquerda. Elas podem fazer isso sem pensar», diz à BBC, Gerard Gormley, médico e professor da Queen’s University Belfast, na Irlanda do Norte, «mas outras têm que passar por um processo».
«Não está claro exatamente por que as pessoas diferem na sua capacidade de distinguir a esquerda da direita, embora pesquisas indiquem que quanto mais assimétrico é o corpo de uma pessoa (em termos de preferência de mão para escrever, por exemplo), mais fácil é para ela diferenciar esquerda e direita», diz o especialista, «se um lado do seu cérebro é ligeiramente maior que o outro, você tende a ter uma melhor diferenciação direita-esquerda».