A Esclerose Múltipla (EM) afeta o cérebro e a medula espinhal. Inflamatória e degenerativa, a EM tem um vasto rol de sintomas que variam de pessoa para pessoa. Estes podem ser idênticos aos de outras patologias do sistema nervoso central humano, o que poderá demorar o seu diagnóstico.
O que é?
Como já vimos, a EM incide e inibe o normal funcionamento do sistema nervoso central. Esta enfermidade interrompe o processo pelo qual o cérebro envia sinais ao resto do corpo e que permitem a realização de coisas simples como mover, comer e ver.
Quando uma pessoa tem Esclerose Múltipla, o corpo confunde uma substância chamada mielina por uma matéria de natureza nociva e, portanto, gera lesões no sistema nervoso central. A mielina protege as fibras nervosas desse sistema central, que também ajuda a combater infeções.
Isso pode causar graves danos nos nervos originando sérias deficiências com o tempo, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM).
Esse tipo de doença – em que o sistema imunológico confunde uma parte crucial do corpo com uma substância estranha – é conhecido como autoimune.
Causas
Não há nenhuma explicação clara para o desenvolvimento da EM, embora a SPEM aponte como causas prováveis as razões hereditárias, que tornem as pessoas propensas a sofrer da doença, ou os fatores ambientais que possam ativar o sistema imunológico, conduzindo a uma doença autoimune, atacando posteriormente a mielina do sistema nervoso central.
A Esclerose Múltipla é mais comum nas mulheres do que em homens, mas, novamente, não há um argumento aprovado para esta realidade.
Sintomas
Os sintomas da EM manifestam-se de diferentes formas, dependendo de qual parte do sistema nervoso central foi afetada.
A sua imprevisibilidade também é um problema para o diagnóstico, pois uns podem ser temporários, enquanto outros vão piorar com o tempo.
Os sintomas comuns listados pela SPEM incluem fadiga, problemas de visão, dormência, problemas de mobilidade, dor, depressão, problemas intestinais ou sexuais, dificuldade de fala, espasmos musculares e dificuldades de aprendizagem.
Diagnóstico
A vastidão de sintomas possíveis similares a outras doenças torna complicado o diagnóstico de Esclerose Múltipla. Todavia, existem alguns exames médicos que podem ser muito úteis, como a Ressonância nuclear magnética (RNM), a Punção lombar ou um Estudo de Potenciais Evocados.
No entanto, sabe-se que a expectativa de vida é menor para pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla.
Tratamento
A SPEM avisa que apesar de a esclerose múltipla ser uma «doença crónica (de longa evolução) sem cura, não significa que não possa ser tratada», dependendo o tratamentos dos sintomas.
Alguns, como a visão turva, levarão os médicos a prescrever comprimidos de esteróides, enquanto outros sintomas físicos, como espasmos musculares, serão tratados com fisioterapia regular.
Para aqueles com problemas de pensamento, aprendizagem e memória, deverá ser recomendado um psicólogo clínico.
A Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla sugere três métodos convencionais de tratamento: corticoesteróides, interferões ou copolímero1.
Faz ainda referência a uma nova descoberta que poderá ser encorajadora, «está a ser estudado o efeito do Interferão beta na EM progressiva secundária. O Interferão beta 1b tem um efeito benéfico na progressão da doença». Porém, informa que «ainda não foram realizadas experiências suficientes com o Interferão beta na EM progressiva primária».