As expectativas sociais ligadas à masculinidade hegemónica acabam por afetar a saúde dos homens mais alinhados com essas ideias. Na verdade, pesquisas recentes demonstraram que o arquétipo machista – autossuficiente, forte, invulnerável e capaz de controlar as emoções – pode colocar em risco a saúde cardiovascular dos homens desde a adolescência e ao início da idade adulta.
De acordo com os resultados do estudo, liderado por investigadores da Universidade de Chicago e publicado na Jama Network , aqueles homens que desde a adolescência (12-18 anos) adotam comportamentos mais alinhados com os estereótipos de género masculino têm menos probabilidades de entre o seu círculo de familiares, amigos e conhecidos falarem sobre diagnósticos de fatores de risco cardiovasculares (por exemplo hipertensão, diabetes e hiperlipidemia) e os respetivos tratamentos.
«O nosso estudo sugere que existe uma ligação entre a forma como os rapazes e os homens são socializados e o fugir de cuidados de saúde preventivos, seja por medo, ansiedade, vergonha ou sentimentos genuínos de que não precisam de ajuda», explica Nathaniel J. Glasser , pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de Chicago e principal autor do estudo.
Segundo o especialista, as qualidades associadas à identidade de género masculina «entrariam em conflito» com outras que, de outra forma, «facilitariam a procura e receção de ajuda ou a admissão de vulnerabilidades».
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