Um grupo de Investigadores descobriu que as folhas das árvores mudam de cor antes de uma erupção vulcânica, o que pode permitir criar um sistema de alerta precoce que não depende de sensores instalados no terreno. O aumento do dióxido de carbono libertado pelo magma estimula a vegetação em redor do vulcão, tornando as folhas mais verdes – uma alteração que satélites conseguem registar.
Um estudo conduzido pela Universidade de Houston, liderado pela vulcanóloga Nicole Guinn, analisou o Monte Etna, em Itália, durante dois anos. A equipa detetou 16 picos de dióxido de carbono no solo que coincidiram com o aumento do índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI), uma medida que quantifica a intensidade do verde nas folhas captada por satélite. Estes sinais revelam os movimentos do magma mesmo em zonas afastadas das falhas vulcânicas.
Uma investigação anterior, conduzida por Robert Bogue, da Universidade McGill, demonstrou que o dióxido de carbono emitido por vulcões na Costa Rica altera a cor das folhas da vegetação tropical. Presentemente, a NASA e a Smithsonian Institution coordenam um projeto que analisa estas alterações em vulcões no Panamá e na Costa Rica, com vista a melhorar os métodos de monitorização ambiental a partir do espaço.
Esta descoberta pode revolucionar a previsão de erupções, especialmente em áreas remotas ou de difícil acesso, onde a instalação de sensores no terreno é limitada. Embora os satélites atuais só consigam detetar grandes erupções, a observação da cor da vegetação permite identificar emissões mais pequenas de gases, que antecipam uma atividade vulcânica iminente.