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Síndrome de Munchausen: quando as pessoas fingem estar doentes para ter atenção médica

 Injetam produtos nocivos para produzir sintomas de doenças, simulam ataques de epilepsia ou falsificam exames clínicos apenas para serem cuidados pelos médicos, comportamentos associados à Síndrome de Munchausen, uma doença mental que leva muitos doentes à morte.

Esta doença, também designada como Perturbação Factícia, é descrita pelo psiquiatra João Carlos Melo no livro “Renascer das Cinzas”, que escreveu em coautoria com Maria C, uma doente diagnosticada com Síndrome de Munchausen, mentira patológica e perturbação borderline.

No livro, que é lançado hoje, o psiquiatra escreve que Maria conseguiu o feito invulgar, “quase único”, de vencer uma doença que considera ser a “mais perturbadora, devastadora e intrigante das doenças: a Síndrome de Munchausen”.

Sabe-se que a Perturbação Factícia existe praticamente em todo o mundo, mas a sua prevalência é muito difícil de determinar, porque “a maioria dos doentes não se deixa apanhar. Foge, desaparece, muda de hospital, e aqueles que acedem aos serviços de saúde mentem e enganam os profissionais na maioria dos casos”.

“São, por isso, poucos os dados consistentes e fiáveis que estão disponíveis”, mas, em declarações à agência Lusa, o psiquiatra disse estar convencido de que “todos os médicos já estiveram com doentes com Munchausen, mas não conseguiram diagnosticá-los.

João Carlos Melo acompanha Maria desde 2021. Tudo começou quando a jovem lhe enviou uma mensagem pelo ‘Linkedin’, após ter publicado o livro “Reféns das próprias emoções”, sobre a perturbação da personalidade boderline, pedindo para ser acompanhada, apesar de não poder pagar as consultas por estar desempregada.

Confessou que esta mensagem o tocou profundamente, porque “era mais uma das tantas jovens” que foi “apanhando ao longo dos anos, que tinham sido escorraçadas por outras pessoas, inclusive por psiquiatras e psicólogos”.

Maria escondeu sofrer de Munchausen e de mentira patológica, por receio de ser rejeitada, como já acontecera antes.

“Fiquei a perceber, através de outros colegas, que me disseram de uma forma cuidadosa, educada, que [Maria] sofria de Munchausen” e que era conhecida em todos os hospitais.

Ao contrário do habitual neste tipo de casos, Maria permitiu o contacto com familiares. Ainda assim, demorou a admitir o problema. “Mentiras e Munchausen foram palavras tabus durante algum tempo”.

O psiquiatra explicou que no caso da mentira patológica a pessoa mente muito, quase sem controlo, e sente alívio ao mentir, como se fosse uma droga. Em alguns casos, toda a estrutura psicológica da pessoa se baseia em mentiras e confrontá-la pode levar ao colapso emocional.

“Na síndrome de Munchausen também há muita mentira, mas só em relação a doenças”, disse, explicando que o objetivo é “ter a atenção e o cuidado dos médicos”, pois estas pessoas têm “um sofrimento de base que nada, nem ninguém, consegue apaziguar”.

“Uma pessoa só com borderline, que esteja num sofrimento enorme, consegue acabar com esse sofrimento, cortando-se”, por exemplo, enquanto quem tem Munchausen esse alívio ocorre com uma ida à urgência ou ser internada, porque sente que “não vai ser abandonada”.

Para isso, recorrem a várias estratégias como injetar ou ingerir substâncias que provoquem sintomas como hemorragias, infeções ou coma. Contou o caso de uma mulher que provocou lesões nas pernas e infetou-as repetidamente até os médicos não terem alternativa se não amputarem-lhe as pernas.

“Enganam os médicos de uma maneira extraordinária”, salientou.

Maria nunca injetou nada, nem foi operada, mas apresentava queixas falsas, como não urinar há dias, dores no abdómen e exames falsificados.

Desde 2013 que Maria terá recorrido pelo menos 200 vezes a urgências hospitalares e frequentado consultas de 20 especialidades e subespecialidades, tendo sido observada por cerca de 300 profissionais de saúde.

“Esta paciente dizia-me: Enquanto os médicos estavam preocupados sem saber o que tinha, ou intrigados com a discrepância das análises (…) não me iam abandonar, pelo menos, nesses momentos”, relatou o médico.

“Mesmo com família, mesmo com amigos, nada disto consegue apaziguar este vazio. É uma coisa impressionante, mas a realidade é assim”, vincou, alertando para esta patologia, considerada “a mais incurável e de pior prognóstico de todas as doenças psiquiátricas” e que pode levar à morte.

“Há um estudo que diz que pode levar ao suicídio por sofrimento em até 70% dos doentes” salientou.

Com o livro, os autores pretendem deixar uma mensagem de esperança para os doentes, com um testemunho de superação, e para os médicos, com o testemunho do internista Luís Campos, que tratou Maria durante anos e a incentivou a procurar apoio psiquiátrico.

“O maior desafio é um médico saber que está a ser enganado e não abandonar o doente”, afirmou, considerando ser “um bom exemplo” do que um médico pode fazer nestes casos.

HN // CMP

Lusa/fim

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