Segundo o estudo Reality Check, conduzido pela Kaspersky, 45% dos millennials afirmam partilhar primeiro nas redes sociais acontecimentos marcantes da vida, como separações ou promoções, antes de os comunicar a familiares e amigos. Apesar desta tendência, 55% referem que continuam a considerar mais fácil desenvolver relações pessoais no contacto direto.
A investigação da Kaspersky evidencia a crescente dualidade no comportamento digital da geração Millennial. Embora as redes sociais funcionem como espaço de validação e apoio emocional, existe um risco associado à sobrepartilha. Quase metade sente-se confortável em divulgar informação sensível online, o que pode abrir a porta a ameaças como o roubo de identidade, phishing ou engenharia social.
A ciberpsicóloga Ruth Guest, fundadora do jogo de segurança digital Sersha, alerta para a pressão da autoimagem idealizada:
“Os utilizadores tendem a apresentar versões polidas de si mesmos, afastando-se da realidade autêntica. Isso pode prejudicar a perceção que têm das relações humanas.”
Curiosamente, o estudo mostra que os millennials mantêm, em média, 12 relações significativas no mundo físico, contra 8 no digital. A preferência por amizades presenciais está associada à profundidade da confiança e à riqueza das interações verbais e não verbais em tempo real.
A par das preocupações sociais, o estudo sublinha que 71% dos millennials assumem ser os mais fluentes digitalmente nos seus agregados familiares, e 91% admitem ser os principais responsáveis pela gestão da presença online da família. Esta liderança torna-os também os principais guardiões da segurança digital dos seus núcleos.
Para mitigar riscos, a Kaspersky recomenda práticas como a verificação de identidades, gestão consciente de informações pessoais, controlo de geolocalização e utilização de ferramentas de cibersegurança como passwords robustas, atualizações regulares de software e antivírus avançados como o Kaspersky Premium.