A obra polémica da autoria de Natália Correia, “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica” nasceu de um desafio lançado por Fernando Ribeiro de Mello. A poetisa, que viu muitos dos seus livros serem confiscados pela censura do Antigo Regime, aceitou, ainda assim, o convite do editor da extinta chancela Afrodite.
Depois da publicação da Antologia, um relatório do Secretariado Nacional de Informação (SNI) propôs a “proibição rigorosa deste livro (…) dado o seu caráter pornográfico “. Após mais de dez anos ausente das livrarias, a “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica” volta a ser editada, com as ilustrações do poeta e pintor do surrealismo português Cruzeiro de Seixas, tal como a edição original (1965).
Mais de meio século depois do seu primeiro lançamento, a obra de Natália Correia é agora reeditada pela Ponto de Fuga, que reproduz a original, inclusivamente as ilustrações de Cruzeiro Seixas, o prefácio e notas da autora. A obra que conhece o seu relançamento viu-lhe serem acrescentados ainda novos textos introdutórios, além de documentos que situam os leitores na época da primeira edição de “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”.
Quem foi Natália Correia?
A poetisa natural dos Açores, em 13 de setembro de 1923, foi ainda dramaturga, editora, ensaísta, ficcionista e jornalista, além de ter sido deputada à Assembleia da República.
Natália Correia foi uma das vozes mais relevantes da literatura e da cultura portuguesa, particularmente, durante o Estado Novo, tendo feito parte da resistência ao regime ditatorial e aos movimentos mais radicais do pós-25 de abril de 1974.
Aos 69 anos, a autora morreu em Lisboa, a 16 de março de 1993.
Género: Poesia
Páginas: 528
Editora: Ponto de Fuga