A editora britânica comunicou a decisão à sua equipa numa reunião interna, revelando também a criação de uma nova função: chefe de conteúdos editoriais, que assumirá a liderança das operações diárias da edição norte-americana da revista.
Apesar da mudança, Anna Wintour não está a abandonar a Vogue. Aos 75 anos, mantém-se como diretora de conteúdos da Condé Nast (grupo editorial que detém a Vogue) e diretora editorial global da revista, posição a partir da qual continuará a moldar o rumo da marca em todo o mundo.
“Qualquer pessoa numa área criativa sabe como é essencial nunca parar de crescer no seu trabalho”, disse Wintour à equipa.
“Agora, o meu maior prazer é ajudar a próxima geração de editores apaixonados a entrar em campo com as suas próprias ideias.”
Em tom descontraído, acrescentou com humor que pretende manter-se como “editora de ténis e teatro da Vogue para sempre”.
Anna Wintour assumiu o comando da Vogue em 1988 e transformou a publicação num verdadeiro oráculo do estilo, cultura e poder global. A sua influência ultrapassou os limites das páginas da revista, tendo redefinido a indústria da moda, lançado designers, e inspirado filmes como O Diabo Veste Prada, cuja personagem de Meryl Streep é amplamente inspirada nela.
Além disso, continuará a liderar o evento Vogue World, criado em 2022, e a supervisionar marcas icónicas da Condé Nast como a Vanity Fair, GQ, Glamour, Bon Appétit e Tatler — com excepção da The New Yorker.
Ao deixar o cargo Anna Wintour encerra um capítulo mas não fecha o livro. O seu olhar continua a definir tendências e a abrir caminho para novas gerações. No mundo da moda, poucos nomes resistem ao tempo — mas Wintour já faz parte da história.