O envelhecimento populacional e alguns fenómenos associados, incluindo a violência contra as pessoas idosas, constituem dos maiores desafios do século XXI.
O reconhecimento da vitimação das pessoas idosas tem sido lento, mas é hoje cada vez mais evidente. A violência contra as pessoas idosas constitui um problema social, de segurança, de saúde pública e de justiça e o seu combate eficaz pode contribuir para um futuro mais inclusivo, onde todos sejam respeitados ao longo do ciclo de vida, nomeadamente no contexto de um envelhecimento ativo e saudável.
A APAV apoia pessoas idosas vítimas de crime, as suas famílias e amigos/as, prestando-lhes apoio jurídico, psicológico e social em colaboração com outras instituições públicas e privadas. Contamos também com todos e todas, com vizinhos e vizinhas, com os conhecidos e as conhecidas das vítimas: o seu papel é muito importante na prevenção e na denúncia das situações de violência.
Só em 2018, a APAV apoiou 926 pessoas idosas vítimas de crime e de violência, o que equivale a uma média de 18 pessoas apoiadas por semana. Estes números, bem como os registados pelas estatísticas oficiais da Justiça, não refletem, contudo, a realidade diária das vítimas, ainda mais trágica e silenciosa.
Apesar da maior consciencialização da população, verifica-se ainda uma perceção pouco generalizada do problema.
Neste dia, a APAV destaca o projeto Portugal Mais Velho, que tem vindo a desenvolver em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian. O projeto Portugal Mais Velho procura refletir sobre o fenómeno da violência contra as pessoas idosas, bem como sensibilizar a população para este tipo de violência. O projeto conta com a participação de profissionais de várias áreas que têm vindo a discutir formas de combater a violência contra as pessoas idosas.
Os crimes de violência contra a população idosa não podem ser remetidos ao silêncio. Calar, fechar os olhos, é ser cúmplice deste crime.
A APAV está disponível para ajudar através de diferentes serviços, nomeadamente através da Linha de Apoio à Vítima (116 006 – chamada gratuita, dias úteis, das 9h-21h), o número de apoio confidencial e gratuito da APAV.