Em Portugal, continuam a aumentar os casos de burla no meio online. Uma análise do Portal da Queixa revela que, no primeiro trimestre do ano, os consumidores portugueses registaram 1313 reclamações na plataforma com referência a burlas, um crescimento de cerca de 20%, em comparação com o período homólogo de 2023, que registou 1095 queixas. Até o dia 21 de abril, o tema já soma 1486 reclamações.
Segundo os dados analisados pelo Portal da Queixa, a maioria das denúncias reportadas está relacionada com casos de compras em lojas online, onde os consumidores se queixam de ter realizado a compra de um produto que não chegam a receber, ficando sem resposta (por parte da marca/vendedor) e sem o reembolso do dinheiro.
A não execução dos pedidos de reembolso – após a não receção do produto – é assim o principal motivo de queixa denunciado, gerando 57,8% das reclamações inseridas em situações de burla. Outro motivo apontado pelos consumidores está relacionado com os problemas no contacto/resposta da marca. São casos que reportam dificuldades no atendimento ao cliente e a falta de feedback do vendedor.
A análise aferiu ainda as categorias mais reclamadas, onde a alegada situação de burla aconteceu durante a compra online. O maior volume (a recolher 42.5% das denúncias) foi registado na categoria Compras, Moda e Joalharia. Segue-se a área da Beleza, Estética e Bem-Estar, que somou 13.6% dos casos.
Já 9.4% das queixas denunciam esquemas fraudulentos na categoria Hotéis, Viagens e Turismo e 9% dos casos apontam o dedo a lojas de Mobiliário, Decoração e Eletrodomésticos. Na origem de 7.4% das reclamações encontram-se lojas sobre Internet, Sites e Negócios.
Os dados indicam que, este ano, 60.7% das reclamações sobre burlas em e-commerce foram registadas por mulheres. As faixas etárias em que houve uma maior participação de denúncias, são as de consumidores com mais de 45 anos, com destaque para idades entre os 45 a 54 anos.
Mais de 25 mil reclamações em 2023 e mais de 5 milhões de prejuízos
Recorde-se que, em 2023, o Portal da Queixa recebeu perto de 25 mil reclamações relacionadas com burlas online, um crescimento de 37%, em relação ao período homólogo de 2022. A maioria das queixas relatava alegados esquemas online, onde os consumidores ficavam sem o produto, sem resposta e sem o dinheiro. O valor estimado dos prejuízos resultantes das burlas reportadas no ano passado, ultrapassou os cinco milhões de euros.