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Casamento sem sexo: cinco perguntas e respostas que deve conhecer

O seu relacionamento está em perigo? Um terapeuta sexual responde às suas principais dúvidas

23 Maio 2020
Forever Young

Existem muitas razões que podem levar a que um casamento possa perder a sua componente sexual. Níveis de libido distintos, nascimentos de um filho, um historial de abuso sexual, um vicio em pornografia, problemas financeiros e disfunção eréctil são apenas alguns dos motivos que podem afastar intimamente dois parceiros.

Independentemente da situação ou problema particular que possa existir, a verdade é que existe normalmente sempre uma forma de o casal conseguir ultrapassar estas dificuldades. Para isso basta que trabalhem em conjunto, conversem e se comprometam a resolver a questão.

Sendo inclusive certo que nem em todos os casos a ausência de uma relação sexual constitui um problema. Todos os casais são diferentes e a definição de “normalidade” não é igual para todos. Se num caso em particular ambos os parceiros se sintam bem e realizados sem sexo, então não deverá existir nenhuma “obrigação” em fomentar essa parte da relação.

É uma questão complexa. Muitos casais sofrem com este tipo de problemas e “desencontros” relativos às expectativas que cada membro do casal tem para o futuro da relação. De forma a dar algumas repostas sobre este tema, o portal online Considerable convidou Sari Cooper (reconhecida terapeuta sexual e directora do “Center for Love and Sex”) a responder a algumas das mais habituais questões.

Eis as principais conclusões.

  1. “Como sei se estou num “casamento assexual”? Qual a frequência normal com que o casal deve fazer sexo?”

Não existe uma definição concreta. Alguns investigadores definem uma relação assexual, sempre que um determinado casal não regista nenhum encontro sexual no último ano. Outros, defendem que a ausência de relação sexual é determinada sempre que num ano existem menos de 10 encontros sexuais.

Em termos de frequência, e sempre que discutimos sexualidade, devemos afastar-nos do termo “normal”. Esta palavra está associada a muitos sentimentos negativos e não tem valor cientifico. O correto é os investigadores falarem sempre de dados e números que em média representam uma determinada população.

  1. “Como começar uma conversa sobre este tema no caso de já não existir uma relação sexual há muito tempo?”

O melhor é tentar expressar ao seu parceiro que deseja falar com ele sobre a vossa relação sexual e que quer perceber quando será a altura ideal para conversarem. Desta forma não estará a causar nenhuma surpresa e ambos terão oportunidade de pensar no que querem realmente dizer um ao outros sobre esta questão.

  1. “Ambos queremos sexo mas agora, tendo já passado muito tempo, parece que nenhum de nós é capaz de dar o primeiro passo. Como podemos voltar a ganhar alguma intimidade?”

No “Center for Love and Sex” é explicado aos casais como podem fazer alguns exercícios de “aquecimento” para trabalharem a sua ligação física, intima e emocional. Isto pode incluir exercícios que trabalhem o contacto visual, massagens eróticas ou pequenos jogos que estimulam a atração.

  1. “Desde a menopausa que deixei de desejar ter sexo. É normal? Existe alguma forma de recuperar a minha libido?”

A partir de uma certa idade, dado que a menopausa determina uma diminuição da produção hormonal, é natural que a sua mente já não receba o mesmo volume de sensações de excitação que habitualmente a fariam pensar em sexo. Adicionalmente o tecido vaginal é agora mais frágil e acabar por fazer com que as mulheres sintam um maior desconforto e dor sempre que existe sexo vaginal penetrativo.

O restauro da libido é um processo complexo que envolve muitas variáveis biológicas e psicológicas. Pode inclusive envolver tratamentos com cremes hormonais e terapias físicas na zona pélvica. Adicionalmente é importante que volte ativamente a pensar em sexo, a ter pensamentos eróticos e a fantasiar sobre tudo aquilo que pode envolver a sexualidade.

  1. “Se o sexo estiver completamente fora de questão, recomenda que se possa propor a ideia de estabelecer uma relação aberta?”

Dizer ao seu parceiro que o ama mas que não está disposto a abdicar da sua sexualidade pode ser extremamente impactante. Esta afirmação poderá até levar a que iniciem uma saudável conversa sobre o que está a levar a outra pessoa a retrair-se, percebendo eventualmente se será possível voltar a estabelecer uma relação sexual ativa.

Caso um dos parceiros esteja muito certo de que não deseja sexo, então poderá existir a possibilidade de falarem sobre uma relação aberta. É importante que ambos discutam as respetivas expectativas e definam claramente as regras a estabelecer. Existem diferentes tipos de relações abertas, escolham a que será mais adequada para o vosso caso em particular.

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