Mercúrio retrógrado funciona quase como a Lei de Murphy: acredita-se que esse evento sazonal dá início a uma série de problemas e inconvenientes na vida de alguém, e muitas vezes é tratado como uma justificativa mais genérica que do “válida” para colocar a culpa noutras coisas e se isolar temporariamente para evitar mais caos.
Estima-se que, em 2023, Mercúrio ficará retrógrado em quatro ciclos distintos: de 28 de dezembro e a 18 de janeiro (Capricórnio), 21 de abril a 14 de maio (Touro), 23 de agosto a 15 de setembro (Virgem) e 13 de dezembro a 1 de janeiro de 2024 (Capricórnio e Sagitário).
Nessas épocas, o planeta aparenta retroceder na sua órbita, numa ilusão de ótica gerada por um movimento de translação — giro ao redor do Sol — que dura apenas 88 dias.
A astrologia propôs que o movimento simularia a vida “ao contrário”, onde mesmo seguindo em frente — devido à ininterrupção do tempo — há a sugestão de um passo dado na direção errada.
Porém, essa ideia, na prática, não era para incitar o pavor; trata-se de um fenómeno comum a todos os planetas mais distantes do Sol do que a Terra, com alguns casos de padrões retrógrados ainda mais percetíveis quando vistos à noite por causa das diferenças orbitais.
Assim, o impacto do evento é apenas questão de perspetiva.
Mercúrio retrógrado é citado em documentos da astrologia desde o século XVIII, quando almanaques britânicos eram utilizados por agricultores que pretendiam sincronizar os seus cronogramas de plantio com os padrões das estrelas.
Esse interesse cresceu e as pessoas passaram a acreditar que a energia espacial afetava o comportamento humano, dando indícios de “mau presságio”.