Enquanto psicóloga, Cátia Silva reconhece que nem sempre estas ocasiões são fáceis de gerir já que somos muitas vezes confrontados com dinâmicas familiares disruptivas e emocionalmente desgastantes, que ativam gatilhos emocionais, tais como: expectativas não correspondidas, tensões do passado ou até a dificuldade de manter uma postura autêntica num ambiente onde, à partida, se espera determinados comportamentos.
“É importante lembrar que cada um de nós carrega a sua própria bagagem emocional, o que pode levar a que algumas pessoas experienciem uma mistura de amor e frustração, alegria e tristeza, ou ansiedade em torno das interações familiares. Estes sentimentos contraditórios são normais e não devem ser ignorados” refere Cátia Silva.
Para lidar com estas emoções, é fundamental primeiro reconhecer e aceitar o que se sente, sem culpa ou vergonha. A aceitação é o primeiro passo para criar espaço seguro onde a pessoa possa gerir de uma forma mais leve estas sensações. Neste sentido, Cátia Silva sugere que adquira algumas estratégias que a(o) faça gerir e escolher o que é melhor para si:
Estabelecer limites saudáveis
Não é obrigatório estar presente em todas as interações ou discussões. Se nestas reuniões sentir que precisa de um momento a sós, não tenha vergonha de o fazer. Tire um momento para respirar, caminhar ou simplesmente descansar num local tranquilo.
Prepare-se emocionalmente
Antecipar que algumas situações ou pessoas podem ser desafiantes pode ajudar a criar um plano de ação para se proteger emocionalmente. Lembre-se que não tem de agradar a todos ou corresponder a todas as expectativas familiares.
Praticar a autocompaixão
Vá para estes encontros com a consciência de que está a fazer o melhor que pode, e ofereça a si mesma(o) a mesma compreensão e compaixão que ofereceria a um amigo.
Priorizar o autocuidado
Certifique-se de que cuida de si antes e depois destes encontros. Relaxamento, meditação ou até mesmo uma pausa antes de enfrentar o dia podem ser fundamentais para manter o equilíbrio.
Comunicação assertiva
Não precisa entrar em conflitos para defender o seu ponto de vista, mas pode comunicar de forma clara os seus limites e as suas necessidades.
Ao reconhecer que os encontros familiares podem ser complexos e ao implementar estratégias de autocuidado, é possível reduzir o impacto emocional e, quem sabe, até encontrar momentos de conexão genuína.