O Instituto Ricardo Jorge (INSA) detetou em Portugal “algumas dezenas de casos” da linhagem XBB do vírus que provoca a covid-19, mas apenas um foi classificado como sendo da sublinhagem XBB.1.5, associada a uma maior transmissibilidade, avança a Lusa.
“A recombinante XBB.1.5 é uma sublinhagem da linhagem XBB – uma das múltiplas linhagens da variante Ómicron -, a qual, tal como a própria XBB, se pensa estar associada à fuga ao sistema imunitário”, explicou hoje à Lusa o investigador do INSA João Paulo Gomes.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou estar a avaliar o risco da nova XBB.1.5, que está a propagar-se rapidamente em vários países, como os Estados Unidos, onde já representa cerca de 40% dos casos de covid-19.
A líder técnica da OMS na resposta à covid-19, Maria Van Kerkhove, foi mais longe e afirmou, na videoconferência de imprensa, que a XBB.1.5 “é a subvariante mais transmissível detetada até agora”.
Segundo João Paulo Gomes, que coordena o estudo sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, a sublinhagem XBB.1.5 “poderá estar associada a uma maior transmissibilidade, dado o seu significativo aumento de frequência em algumas regiões” do mundo.
No entanto, “será prudente aguardar pela sua evolução de frequência em múltiplos países para se perceber o seu real impacto epidemiológico”, adiantou o especialista do INSA.
Para o investigador, “ainda é cedo” para se perceber se esta sublinhagem terá algum impacto significativo nas hospitalizações por covid-19 por ser diferente das outras linhagens já em circulação da variante Ómicron.