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Crânio de menina com 140 mil anos poderá ser o primeiro híbrido entre Homo sapiens e Neandertal

Imagem | Israel Hershkovitz et al.
9 Julho 2025
Forever Young

Nova análise de um fóssil infantil encontrado em Israel sugere que a criança tinha traços de duas espécies humanas diferentes, abrindo novas pistas sobre cruzamentos entre Neandertais e Homo sapiens.

Um crânio com 140.000 anos, pertencente a uma menina de cinco anos encontrada em Israel, poderá representar um caso raro de hibridismo entre Homo sapiens e Neandertais. A hipótese foi avançada por investigadores num novo estudo publicado na revista L’Anthropologie e comentado pela New Scientist.

O fóssil em causa foi descoberto em 1929 na gruta de Skhul, no Monte Carmelo, durante uma das primeiras grandes escavações pré-históricas da região. Desde então, tem gerado debate entre especialistas devido à sua morfologia ambígua: enquanto a mandíbula revela características típicas dos Neandertais, o resto do crânio aproxima-se do Homo sapiens moderno.

Um fóssil controverso desde o início

Inicialmente classificado como Paleoanthropus palestinensis, o fóssil foi mais tarde atribuído ao Homo sapiens. Contudo, a sua morfologia continuou a levantar dúvidas. No novo estudo, os cientistas recorreram a tomografia computorizada para comparar a estrutura do crânio com a de outras crianças neandertais conhecidas.

“O estudo mostra que a mandíbula tem traços fortemente neandertais, enquanto o crânio superior é característico do Homo sapiens”, explica Anne Dambricourt Malassé, investigadora do Instituto de Paleontologia Humana em França e uma das autoras do artigo. “Há muito tempo que penso que os híbridos não eram viáveis e continuo a pensar que eram maioritariamente abortivos. Este esqueleto revela que, no entanto, eram possíveis, apesar de esta menina ter vivido apenas cinco anos”.

Apesar das evidências morfológicas, a equipa não conseguiu extrair ADN do fóssil, o que impede uma confirmação genética da sua origem híbrida. Mesmo assim, o estudo oferece novos argumentos sobre a complexidade da evolução humana e os contactos entre diferentes espécies.

Híbridos eram possíveis e comuns?

A convivência e cruzamento entre Homo sapiens e Neandertais é hoje um facto bem estabelecido: os genomas humanos modernos fora de África contêm entre 1% e 2% de ADN neandertal, o que confirma trocas genéticas ao longo de milénios.

“Ainda que este caso não possa ser confirmado sem ADN, ele reforça a ideia de que os encontros entre espécies humanas arcaicas foram mais frequentes do que se pensava”, acrescenta a investigadora.

O estudo lança nova luz sobre o papel das crianças na compreensão da nossa linhagem evolutiva e sugere que o mosaico genético e morfológico dos primeiros humanos era mais diverso do que se imaginava.