Glauco César Segundo, pianista, compositor e professor de piano que criou o método “Direto ao Ponto”, disponível na plataforma Hotmart, traz sete benefícios de aprender a tocar piano ou teclado.
Concentração: estamos sempre cercados de sons, mas, na maioria das vezes, não prestamos atenção a tudo que acontece à nossa volta. Quando começamos a aprender piano, temos que focar a nossa atenção no som do instrumento, que pode ser várias melodias em simultâneo, o que desenvolve bastante a concentração. Por consequência, quando nos concentramos em algo, os problemas vão ficando em segundo plano e diminuímos o stress.
Coordenação motora: já tentou fazer uma coisa com a mão direita e outra diferente com a esquerda simultaneamente? É um pouco difícil, mas com o estudo do piano desenvolvemos essa coordenação de maneira natural. Muitas vezes uma mão faz algo completamente diferente da outra mão, mas vamos aprendendo tudo lentamente, harmoniosamente e esse contraponto desenvolve ainda mais a nossa coordenação somada à concentração.
Controlo emocional: quando aprendemos a interpretar uma partitura e expressar os sentimentos do(a) compositor(a) e os nossos, é preciso ter bastante controlo emocional. Se for uma música triste, alegre, melancólica, temos sempre que transmitir o sentimento para quem ouve e isto só é possível com absoluto controle emocional. Esse mesmo controlo emocional pode ser levado para vida pessoal, afetando positivamente diversos aspetos.
Sensibilidade: depois de termos mais controlo emocional passamos a ter também mais sensibilidade. Conseguimos mergulhar nos sentimentos diversos que o(a) compositor(a) escreveu, seja de uma música contemporânea ou de há 300 anos. Conseguimos de imediato identificar aquele sentimento exposto e sentir verdadeiramente ele e levamos essa sensibilidade para a nossa vida quotidiana.
Autodisciplina: para termos sucesso no estudo do instrumento é preciso ter autodisciplina, pois muitas vezes temos que estudar uma mão muito lentamente, depois a outra, depois juntar, depois repetir, etc. Não é fácil, pois muitas vezes a nossa ansiedade impede-nos de fazer lentamente e queremos acelerar o processo o que nos faz atrasar ainda mais. Portanto, aos poucos vamos desenvolvendo essa autodisciplina que, no fim, nos dá uma grande satisfação por termos conseguido alcançar o objetivo. Com o tempo essa autodisciplina torna-se natural.
Autoconhecimento: tudo o que desenvolvemos com o estudo do piano leva naturalmente a um autoconhecimento mais profundo. Conhecemos melhor os nossos limites, a forma como o nosso cérebro funciona, as emoções que mais nos afetam, passamos a conhecer mais o nosso próprio corpo. Com isso, todos os aspetos mentais ficam mais claros e passamos a ter mais domínios de nós mesmos.
Memória: a memória é uma das coisas que mais trabalhamos no piano. Trabalhamos a memória auditiva, pois muitas vezes guiamo-nos pela lembrança de como soa a música. Trabalhamos também a memória fotográfica, pois lembramos como é a posição da mão ou as notas da partitura visualmente. Trabalhamos ainda a memória muscular, pois de tanto tocar com o tempo as nossas mãos parecem que tocam sozinhas sem pensarmos. Além disso, a música traz memórias de coisas vividas e literalmente faz-nos sonhar acordados. Sabemos que trabalhar a memória é imprescindível para a saúde mental.