A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) apelou hoje à população para dar sangue antes de ir de férias e numa altura em que o país vai receber milhares de jovens para a Jornada Mundial da Juventude, avança a Lusa.
“Todos os dias são necessárias 1.000 unidades de sangue – Dê sangue neste verão” é o mote da campanha de sensibilização que a FEPODABES promove a partir de sexta-feira.
Em comunicado, a Federação destaca que nesta época os níveis das reservas de sangue são normalmente reduzidos, mas que este ano essa necessidade ainda é mais crítica com a vinda de mais de um milhão de jovens para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que irá decorrer em Lisboa, de 01 a 06 de agosto.
Nesse sentido, diz a Federação, “é crítico aumentar as reservas de sangue dos diferentes grupos sanguíneos”.
“Aproveitando que o país vai receber jovens vindos de inúmeros países, é importante que todos os cidadãos, mas em particular os jovens nacionais façam a sua dádiva por forma a prevenir necessidades inesperadas”, diz o presidente da FEPODABES, citado na nota.
Alberto Mota sublinha a importância de a população dar sangue nesta altura do ano, lembrando que “os doentes hospitalizados não vão de férias”.
No âmbito da campanha de sensibilização, a Federação vai distribuir material informativo na cidade de Lisboa em ‘outdoors’, desdobráveis informativos, cartazes e publicação de vídeos de apelo a dádiva de sangue.
No fim de semana passado, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, organizou uma campanha de dádiva de sangue, para aumentar as reservas durante a Jornada Mundial da Juventude, ao mesmo tempo que promoveu a segurança rodoviária no verão.
Também o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, apelou à dádiva de sangue devido a uma “tendência preocupante de diminuição” e por recear que os “constrangimentos” piorem na fase de férias.
Na segunda-feira, a secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, disse que entre 2008 e 2021 “notou-se uma redução das dádivas” em Portugal, mas sem nunca atingir uma situação de rutura, uma tendência que se inverteu na altura da pandemia, com o país a estar, desde então, com “dádivas em crescendo e com períodos de grande estabilidade”.
Além de no verão se registar habitualmente menos dádivas, a que se junta a Jornada Mundial da Juventude, no início de agosto, este ano “está a haver um esforço adicional com as associações de dadores de sangue” para garantir reservas mais elevadas, referiu Margarida Tavares.
As condições essenciais para ser uma pessoa dadora de sangue são ter entre 18 e 65 anos – idade limite para a primeira dádiva é 60 anos -, ter peso igual ou superior a 50 quilos e estar saudável.
Segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), os hospitais portugueses necessitam diariamente de 1.100 unidades de sangue e componentes sanguíneos.