O café promete dar energia para as atividades do dia a dia mas não é bem assim.
“O paradoxo da cafeína é: a curto prazo pode ajudar na atenção, no estado de alerta, em algumas tarefas cognitivas e nos níveis de energia. Porém, o consumo em excesso ou o impacto de longo prazo podem acarretar o efeito oposto”, reforça o psicólogo Mark Stein, que estudou o impacto da cafeína em pessoas com Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em entrevista ao “The New York Times”.
Para entender como isso acontece, Seth Blackshaw, neurocientista que estuda o sono, explica que ao longo do dia, as células e tecidos usam e queimam energia na forma da molécula adenosina trifosfato (ATP). À medida que isso acontece — durante os pensamentos, exercícios e realização de tarefas – as células geram uma substância química, chamada adenosina, como subproduto que resulta na sonolência.
A ação contrária do café está relacionada com essa resposta natural de sonolência do corpo. Segundo a especialista, a cafeína evita que a adenosina se ligue aos recetores cerebrais, assim, suprime temporariamente a pressão do sono, enquanto a adenosina continua acumular-se no corpo.
Outra evidência é que quanto maior o consumo de cafeína, maior a tolerância do corpo a ela. Os especialistas recomendam beber com moderação e em menor frequência.