Este tema não é recente na agenda social, assim como a aplicação “FaceApp”, que já existe há alguns anos – em janeiro de 2017 chegou ao sistema operativo da Apple (iOS) e um mês depois chegou ao Android, mas voltou agora à ribalta devido a uma novo desafio viral, que mostra como é que vai ficar o seu rosto daqui a uns 40 ou 50 anos. Alguns especialistas já alertaram para os problemas que a utilização desta app pode trazer.
Com efeito, o problema atual é que não está claro o que acontece com todos os dados que o utilizador disponibiliza na aplicação, já que a política de privacidade da empresa deixa uma margem de manobra muito ampla. De acordo com um comentador de tecnologia, conhecido no Twitter como “Stilgherrian”, «esta tem uma política de privacidade padrão, que não oferece nenhuma proteção».
O mesmo comentador adverte para o facto de este modelo de negócio, que prolifera como uma startup, «colecionar grandes quantidades de dados pessoais, sem o utilizador ter qualquer ideia de como isso pode ser utilizado no futuro». Com uma grande probabilidade «de estas startups serem compradas por gigantes do ramo, como o Facebook ou Google», acrescenta.
O advogado australiano, Michael Bradley, lembra, também, os utilizadores que devem ter cuidado com as «muitas coisas gratuitas no mundo da tecnologia», pois quando o seu rosto passa a estar online, «juntamente com o nome e outras informações de identificação, os seus dados tornam-se demasiado vulneráveis e até podem ser capturados para utilização futura».
Michael Bradley acrescenta que como «o reconhecimento facial está rapidamente a tornar-se num dos elementos-chave da identidade digital», as pessoas devem «sempre considerar a proteção da sua imagem facial da mesma forma que devem proteger outros elementos de sua identidade, como a data de nascimento, número de contribuinte e outros».