Diferentes no trabalho? “Guerra” de gerações pode ser inútil

A geração dos millenials e a dos baby boomers têm muitas diferenças, algo natural devido aos seus contextos díspares.

Para muitas pessoas da geração dos baby boomers, a geração y, ou mais conhecida por millenials, é impaciente na sua tentativa de “causar impacto”, tão inquieta e incómoda, que muitas vezes nem dá conta disso. Desde a sua chegada ao mercado de trabalho ficaram mais expostas as diferenças para com a geração nascida depois da Segunda Grande Guerra Mundial (a geração x está algures no meio desta controvérsia).

Os millenials respondem e apontam responsabilidades precisamente para a geração dos seus pais, que revelavam a sua infelicidade no trabalho, enquanto tentavam subir a escada corporativa de uma empresa que, no fim de contas, pouco ou nada lhes dizia. Esta troca de argumentos é irónica, porque ambas as gerações se acusam, e nenhum dos lados está a fazer um bom trabalho em tentar entender o outro.

Os baby boomers não reagem bem à chegada dos jovens com 20 e poucos anos, que tentam fazer as coisas à sua maneira, interrompendo as rotinas implementadas. Já os millenials protestam por lhes dizerem, inicialmente, para apostar em novas ideias de atuar e, depois, quando aparecem com alguma ideia disruptiva que muda os standards antigos, lhes é relembrado a sua posição na base da estrutura.

Por um lado, os baby boomers ficam frustrados com a nova tecnologia, enquanto os millenials sentem-se desapontados quando a tecnologia com a qual crescem não é adotada e são forçados a trabalhar de forma mais ineficaz. A partir dai, em forma de novelo, os baby boomers acusam os mais novos de serem impacientes e os millenials ficam ainda mais frustrados por verem os patrões baby boomers pedirem para agir de forma diferente e não os compreenderem, de verdade.

A ironia desta troca de argumentos deve-se ao facto de, no final, os dois lados quererem o mesmo, mas a forma de o conseguirem é diferente e não haver uma tentativa de perceber o outro lado. Isto porque através dos olhos dos baby boomers, a geração y só conhece os seus direitos e ao contrário, os chefes não os querem entender. Este é o principal problema desta “guerra” de gerações no mundo do trabalho.