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Lapónia: a terra do Pai Natal é um destino mágico

Se planeia tirar umas férias de inverno e não tem medo do frio, aqui está um destino de que nunca mais se irá esquecer: a Lapónia

24 Dezembro 2020
Forever Young

É no norte da Europa que se encontra uma região muito especial do planeta. Banhada pelo Oceano Ártico, pelo Mar da Noruega e pelo Mar de Barents, a Lapónia é uma região que se divide entre a Noruega, a Rússia, a Suécia e a Finlândia.

Mas quando falamos da Lapónia como a terra do Pai Natal, é à área de quase 40% da Finlândia que nos referimos, numa extensão de cerca de 94 mil km² que chega ao norte do Círculo Polar Ártico. 3,6% da população finlandesa habita nesta região, onde a neve e o frio são imagens de marca. Embora as baixas temperaturas durante o inverno possam fazer pensar duas vezes antes de nos aventurarmos numas férias nesta região do globo, a verdade é que o frio da Lapónia é muito seco, o que significa que, com o vestuário adequado, é perfeitamente suportável.

Nos meses de inverno, de janeiro a março, as temperaturas podem oscilar dos -15º C aos 5º C no final da estação. O frio não é, no entanto, a única particularidade da Lapónia, nem mesmo a mais fascinante. Durante o inverno, o sol esconde-se, sendo compensado pela luz refletida pela lua na neve. Esta luz ártica invade toda a Lapónia durante longos períodos de tempo, sendo que, em janeiro, a luz solar, ao longo de um dia, não ultrapassa as quatro horas. Esta luz solar aumenta com o avançar do inverno, podendo chegar às 12 horas por dia em março. Independentemente desta realidade, bastante diferente daquela a que estamos habituados, turistas e habitantes fazem as suas atividades e trabalham durante o período normal diário – mesmo sem a luz do sol.

Se os dias já lhe parecerem pequenos de janeiro a março, saiba que de novembro a janeiro o tempo de luz solar é ainda menor. Este período, a que os locais chamam de “kaamos”, é conhecido como a época da penumbra, visto que o sol não aparece no horizonte durante dias a fio. No Norte da Lapónia, a noite polar, no inverno, pode chegar aos 52 dias. Para compensar, de maio a junho o sol não se põe durante 73 dias, razão à qual se deve a expressão “sol da meia-noite”

Este tipo de condições atmosféricas é favorável à formação de um fenómeno físico que, ao longo da história, deu origem a muitas lendas: as auroras boreais. Este é um fenómeno natural que ocorre quando as partículas de carga positiva emitidas pelo sol viajam pelo espaço a velocidades de 1200 quilómetros por segundo e chocam contra a Terra. Algumas destas partículas ficam presas no campo magnético da Terra e deslocam-se até à ionosfera. É então que, ao chocar contra os gases que envolvem o planeta, se produz o fenómeno de luz e movimento conhecido por aurora boreal no norte, ou aurora austral no sul.

Normalmente as auroras boreais são mais facilmente observáveis em noites de céu limpo, fora das cidades e longe de luzes artificiais. Apesar de acontecerem com alguma regularidade na região da Lapónia, nem sempre a intensidade da luz produzida é suficiente para que a aurora seja visível a olho nu, pelo que uma boa dose de sorte também é bem-vinda se quiser observar este fenómeno numa passagem pela Lapónia.

Um ecossistema singular

Os vastos mantos brancos de neve da região da Lapónia servem de casa a uma variedade de animais e plantas que dão vida a uma zona inóspita do planeta. As renas e os veados, por exemplo, são animais que, ao longo dos anos, se adaptaram perfeitamente às duras circunstâncias do clima da Lapónia. Mas existem também aves, nomeadamente mochos e corujas, além da maior comunidade de águias finlandesas, que habita na região. Os bosques cobertos de neve acolhem ainda alguns dos animais mais emblemáticos da fauna europeia, como o alce, o urso-pardo, o lobo e o lince boreal.

No que diz respeito à flora, o rei da Lapónia é o pinheiro, ou não fosse esta a terra do Pai Natal. Existem bosques repletos de uma espécie de pinheiro anão que cresce em terrenos pantanosos. Já nas zonas montanhosas, o terreno da Lapónia é arenoso, pelo que não existem árvores, mas sim uma grande variedade de vidoeiros.

Costumes e tradições

Num país setentrional as condições de habitação são de extrema importância e grande parte das atividades realiza-se dentro de casa ou nas suas imediações. O finlandês típico é, geralmente, parco em palavras e com um grande sentido prático, influência de um meio ambiente que testa a resistência do ser humano e apela à sobrevivência em condições extremas. Apesar de poderem parecer um pouco retraídos ao princípio, os finlandeses são um povo curioso sobre a opinião dos outros e rendido às novas tecnologias. Não esqueçamos que a Nokia, uma marca histórica do mercado dos telemóveis, nasceu na Finlândia.

Um dos costumes mais enraizados no país é a sauna, que tem uma importância cultural que pode ser comparada à do chá para os japoneses. Na Finlândia existe a maior quantidade de saunas por habitante, quase uma por cada duas pessoas. Esta tradição, que serve para aliviar do stresse diário, é também do agrado dos turistas, pelo que se podem encontrar saunas em praticamente todos os hotéis.

Sem surpresas, um grande acontecimento para a Lapónia, se não mesmo o maior, é o Natal. Segundo reza a história, São Nicolau foi um sacerdote muito generoso que distribuía oferendas em todo o país e chegou a ser bispo. A lenda em torno desta figura estendeu-se por todo o mundo, mas em nenhum sítio como na sua terra de origem: Rovaniemi.

Na capital da Lapónia finlandesa, as festas natalícias começam a 13 de dezembro, a noite mais longa do ano, com a cerimónia do dia de Santa Luzia, em que as mulheres caminham nas ruas com velas acesas enquanto entoam um cântico sobre como a santa venceu as trevas. Terminada esta cerimónia, começam os festejos próprios da época: as saunas de Natal, a decoração de abetos, a abertura dos calendários do Advento, a leitura da declaração de paz em Turku, as visitas aos cemitérios, que nesta altura são adornados com velas e coroas de flores e, finalmente, a chegada de São Nicolau – o famoso Pai Natal.

A outra celebração maior da Lapónia, ainda mais antiga do que o Natal, é o solstício de inverno. Este é um festejo em honra de Beiwe, deusa da fertilidade, da primavera e do sol, e é celebrado principalmente na Lapónia norueguesa, na noite mais curta do ano.

Cultura

Vulgarmente chama-se “Saami” ou “Sami” ao povo que habita na região da Lapónia. Estas pessoas preferem este termo a serem chamadas de lapãs, porque essa designação remete para a palavra “lapp”, que significa roupa de mendigo, inculto ou tonto. O povo Sami estende-se por todo o norte da Noruega, Suécia, Finlândia e península de Kola, no noroeste da Rússia e por lá habita desde há pelo menos 3500 anos, segundo registos encontrados em cerâmicas antigas que procedem este povo. No entanto, algumas teorias indicam que os primeiros samis chegaram a estas terras há 11 mil anos.

Os sami são um povo nómada que não se concentra numa zona específica, e vive de atividades como a pesca e a pastorícia de renas. Além de produzirem o seu próprio alimento, também são eles a confecionar as roupas que vestem com pele e couro de rena. Têm três dialetos, oriental, central e meridional, cada um com as suas particularidades.

Durante a Idade Média, os vikings “empurraram” os sami para o norte do Círculo Ártico, e essa é a razão pela qual se considera esta etnia menos corpulenta do que a escandinava. Nos primeiros tempos, de resto, a atitude dos governos escandinavos perante os sami foi de colonização cultural. Felizmente, nas últimas décadas, têm vindo a surgir várias entidades e instituições dedicadas a preservar a identidade de um povo espiritualmente enraizado na convivência harmoniosa com a Natureza. Na Noruega vivem cerca de 20 mil sami; de 5000 a 8000 no norte da Suécia; 2500 no norte da Finlândia; e 2000 na península russa de Kola. O território sami é uma terra rica, onde ainda vive um dos últimos povos nativos da Europa. Hoje em dia, a cultura e a vida moderna já entram no dia a dia dos sami, partilhando a sua história, as suas lendas e antigos relatos transmitidos verbalmente. Todas estas histórias, mitos, lugares sagrados, símbolos, capacidades, artesanato e tradições perduraram no tempo até hoje

Gastronomia

A dieta finlandesa tem como bases a batata, a carne, uma grande variedade de pescado, o leite, a manteiga e o pão de centeio. São alimentos que nos parecem familiares, mas a particularidade está na forma de cozinhar, que tem influências da cozinha sueca e russa. Numa região com muito mar, não é surpresa verificar que grande parte dos pratos tradicionais finlandeses têm o peixe como base: o arenque do Báltico (marinado, com molho de mostarda ou assado no forno) e o salmão fresco, por exemplo, são muito comuns. Outros pratos típicos são as sopas quentes de cogumelos e verduras, toda a espécie de vegetais frescos da região e as diferentes formas de cozinhar as carnes, com molhos típicos, ou o estofado de carne de rena. No que diz respeito às bebidas, são muito usuais os licores com base de amoras e mirtilos, ou a vodka finlandesa, que se bebe socialmente ou como acompanhamento às refeições. É também muito apreciada a cerveja, nomeadamente a Lapin Kulta (ouro da Lapónia).

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